A prefeitura de Balneário Camboriú pediu ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-RS) uma reunião urgente para tratar sobre as coletas para análise de balneabilidade. O último levantamento, com amostras retiradas em 21 de janeiro, considera todos os 10 pontos da Praia Central impróprios para banho. As informações são da coluna de Dagmara Spautz, do NSC Total.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Ike Gevaerd, Balneário Camboriú vai propor que as análises sejam feitas a cada 24 horas, por um laboratório credenciado. A prefeitura quer que o órgão estadual aumente a frequência – o que, segundo o gerente de Laboratório e Medições Ambientais do IMA, Marlon Daniel da Silva, é inviável – ou então que o próprio município passe a ser responsável pela coleta e divulgação dos dados.
Em entrevista na segunda-feira (28), o gerente do IMA disse que o modelo e a frequência de análises praticados no Estado estão de acordo com resolução federal, e são os mesmos em todo o país. Segundo ele, São Paulo tem testado mais análises semanais em algumas praias, mas não houve resultado em relação à balneabilidade.
A prefeitura de Balneário Camboriú argumenta, no entanto, que as análises semanais fazem com que os pontos permaneçam impróprios mesmo quando os estudos laboratoriais indicam que a água está apropriada para o banho de mar.
Entenda a polêmica
- Para que um ponto seja considerado impróprio, é preciso que tenha duas amostras, em cinco, com número de coliformes fecais superior a 800 para cada 100 mililitros.
- Quando um ponto está impróprio, ele só poderá mudar a classificação para próprio se as quatro análises seguintes forem positivas.
- Isso significa que, se de uma semana para outra a condição de balneabilidade melhorou, não refletirá imediatamente na classificação do ponto. A mudança ocorrerá em um mês, se todas as análises forem positivas.
- Esse modelo, que exige melhorias consecutivas para atestar que um ponto impróprio se tornou próprio para banho, atende a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e é o mesmo em todo o país.
- A prefeitura de Balneário Camboriú não contesta a metodologia, mas a frequência das análises. A Secretaria de Meio Ambiente defende que, com mais análises, será possível ter uma resposta mais rápida em casos de mudança nas condições da praia.