O ponto onde a baleia-de-Bryde foi encontrada na última quarta-feira, na beira da praia do Balneário Presidente, em Imbé, virou local de visitação de curiosos. A poucos metros do mar, antes das dunas, é possível ver um monte de areia que esconde a carcaça do animal.
Até uma cruz improvisada com uma cabo de vassoura e um pedaço de madeira foi cravada na areia. Veranistas do próprio balneário e de fora dele se aproximam do lugar para tirar fotos e levar crianças. Foi o caso de Sérgio Melo, que passa a temporada em Mariluz, e foi acompanhado da filha de 10 anos:
– Viemos por curiosidade, queria mostrar para ela o tamanho da baleia.
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Em menos de 15 minutos, mais de 10 pessoas passaram pelo lugar onde a carcaça foi enterrada e ficaram por ali observando. A maioria não havia visto a baleia encalhada na quarta-feira.
Vagner de Oliveira, também veranista de Mariluz, foi a pé acompanhado de mais seis pessoas matar a curiosidade. Os moradores de Barros Cassal viram pela televisão a notícia da morte do animal e aproveitaram a manhã de sábado para ver onde estava enterrado.
Do alto da guarita 128, o salva-vidas Raony Gauto recebeu reclamações dos frequentadores da praia na quinta-feira. Eles se queixavam do mau cheiro provocado pelo animal. Depois de acionar a prefeitura, os problemas diminuíram.
– Ontem, vieram aqui e colocaram mais areia em cima e o pessoal não reclamou mais – diz.
Instalada em uma tenda na beira, a veranista de Presidente Eliani Vieira confirma o odor inconveniente:
– Na quinta e na sexta, tinha um cheiro forte, achei que era natural.
Entretanto, ela tem dúvidas sobre a segurança do procedimento adotado para amenizar o odor.
– Não sabemos se isso tem alguma consequência. Pela areia ficam os restos do animal. Teria que ter outro jeito, de repente incinerar – sugere.
De acordo com o professor do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ceclimar/Ufrgs) Ignacio Benites Moreno, o cheiro forte é normal e é provocado pelos resíduos ainda existentes na água e na areia.
– O cheiro é oriundo do local onde ela encalhou. O animal sangrou muito, as vísceras foram para fora – explica.
Moreno diz que o mau cheiro pode permanecer por até uma semana nas áreas próximas ao encalhe. Enquanto isso, a orientação é que os veranistas evitem tomar banho nessa região, principalmente se avistarem gordura ou algum resíduo de sangue.
Imagens do dia em que a baleia foi encontrada: