Artistas contratados para um espetáculo da última edição do Natal Luz de Gramado ainda não tiveram os cachês integralmente pagos. Segundo a Gramadotur, autarquia municipal responsável pelos grandes eventos de turismo, a atração chamada O Reino do Natal foi realizada por uma empresa terceirizada que foi paga corretamente.
Proprietário da Yeah Entretenimento, o produtor cultural Abramo Machado explica que contratou 13 artistas, cada um deles com um cachê de aproximadamente R$ 16 mil. O previsto era que todos fossem totalmente pagos até janeiro de 2024, quando terminou a temporada dos espetáculos. Ele alega que a empresa enfrentou dificuldades financeiras e que só conseguiu pagar metade do valor devido a cada profissional.
— Em janeiro era para estar absolutamente tudo quitado, e esse era nosso objetivo. Sempre fizemos um esforço para que nada fosse diferente, mas, infelizmente não conseguimos quitar. Precisamos contar com a paciência do elenco, embora a gente saiba que a dificuldade não é só nossa, também é deles. Nunca na vida pensamos em estar nessa situação — diz Machado.
A produtora diz ter acionado o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul (Sated-RS) para elaborar uma proposta de pagamento para os artistas. A previsão é que o valor devido seja repassado em sete parcelas para cada profissional a partir do fim de agosto, com multas e juros. A empresa diz que ainda não recebeu retorno do sindicato sobre o acordo. Até a conclusão desta reportagem, o Sated-RS não havia dado retorno.
Advogado de três artistas que ainda não foram devidamente pagos, Diego Candido diz que os clientes não irão aceitar os termos do acordo e que pretendem mover ação judicial para responsabilizar também a Gramadotur e a prefeitura de Gramado.
Procurador da Gramadotur, o advogado Marcelo Drecksler informou que a Yeah Entretenimento já havia apresentado problemas para cumprir compromissos. Quanto aos artistas, a autarquia pública entende que não há responsabilidade com relação ao pagamento dos cachês, já que o contrato foi firmado diretamente com a terceirizada.
— Tivemos conhecimento da situação dos artistas através do sindicato. Não há nada que a Gramadotur possa fazer em relação aos artistas, porque o contrato deles era com essa empresa. É compreensível a situação deles, lamentável, mas a Gramadotur não tem responsabilidade — reitera o advogado.