Um dos maiores jornalistas especializados em assuntos de Defesa, Roberto Godoy morreu nessa sexta-feira (29), aos 75 anos, de uma parada cardíaca. Ele tratava um câncer. Deixa os filhos André, Roberta e Mariana, e os netos João, Alícia e Miguel. O enterro ocorre neste sábado (30), a partir das 11h30min, no cemitério Parque das Aléias, em Campinas.
Roberto de Godoy Marques Filho nasceu em 18 de janeiro de 1949, em Campinas. Em 1971, venceu o principal prêmio do jornalismo brasileiro, o Esso, com a reportagem Nasce o primeiro computador da América Latina, publicada no Correio Popular e no Estadão.
Foi no final da década de 1970 que começou a carreira de um dos maiores repórteres de segurança, armas e guerras do Brasil e do mundo. Numa entrevista para a revista Imprensa, de junho de 2012, Godoy contou que essa trajetória começou graças ao então editor-chefe do Estadão, Miguel Jorge (que anos mais tarde seria executivo da indústria automobilística e ministro de Lula). O chefe pediu para ele investigar a indústria de segurança brasileira, escondida debaixo das burocracias e censuras militares.
Godoy, então, descobriu que a área era cheia de notícias. Na década de 1980, produziu reportagens sobre as crescentes indústrias de armas, da Embraer, do setor de tecnologia e da Esalq/Embrapa no agronegócio.
Além disso, participou das coberturas de todas as guerras a partir dos anos 1980: revoluções na América Central, Guerra das Malvinas, Guerra no Golfo, conflitos no Oriente Médio, na antiga União Soviética.
O último comentário de Godoy foi na rádio Eldorado, do Grupo Estado, um dia antes de sua morte. O jornalista falou sobre o interesse do ditador venezuelano Nicolás Maduro pelo Essequibo, na Guiana, e o lançamento do submarino Tonelero (S-24), feito pelos presidentes Lula e Emanuel Macron.