O segundo dia da Fenadoce é de movimento intenso no Centro de Eventos de Pelotas. Quando o parque foi aberto, às 10h, já havia fila em frente aos portões. É o primeiro final de semana da feira, que começa com expectativa de superar os 313 mil visitantes registrados na edição passada.
Os portões foram abertos às 10 horas e não demorou para que milhares de pessoas tomassem conta do espaço. A movimentação tradicionalmente é maior aos fins de semana, quando também cresce o percentual de turistas de fora da região.
Caso da Liane Sene, 50 anos. Ela veio de Rosário do Sul para visitar a Fenadoce e garantiu quindins, pastéis de belém e camafeus no estande da Doceria Delícias Portuguesas, empreendimento que passa por três gerações da família de Eulália Duarte, de 65 anos.
— Começou com minha mãe. Nós viemos de Portugal quando eu tinha seis anos. Ela já tinha essa tradição doceira de lá. Quando viemos, ela lançou a Delícias Portuguesas, passou para as filhas e agora nós já passamos para nossas filhas. A mãe sempre nos manteve perto das panelas — relembra Eulália.
A logística é corrida durante a Fenadoce. Os doces são produzidos na fábrica e trazidos a cada três horas para o estande. Em um único dia, chegam a ser produzidos entre 5 mil e 10 mil doces, que seguem sendo vendidos nas lojas tradicionais. O mesmo se repete nos estandes das demais docerias.
— Os doces mais procurados são o quindim, o bombom de morango e o bem-casado, os mais tradicionais. A Fenadoce é bem importante, é um período bem significativo para a doceria dentro do ano — relata Adriane Borges Mendonça, doceira do estande da Renata Doces.
Foi ali que o casal formado por Fernanda Bandeira dos Santos, 42 anos, e Cristiano dos Santos, 47, comprou doces para levar a Canoas, onde residem. Eles vieram especialmente para a feira, ainda pela manhã, e planejam o retorno já para o período da tarde.
— Sempre quis vir na Fenadoce. Faz uns três ou quatro anos que era meu sonho vir aqui e conseguimos neste ano. Nem conhecia Pelotas ainda — conta Fernanda.
Mas não é só de doce pelotense que é feita a feira. Ao todo, são 270 estandes com as mais variadas atrações. Há espaço para o comércio em geral e serviços. Um dos mais procurados é a Feira da Agricultura Familiar. São 68 expositores de 40 municípios do Rio Grande do Sul.
O produtor rural Edgar Fioresi, de 48 anos, veio de um assentamento da reforma agrária em Tupanciretã, na Região Central, para comercializar os embutidos produzidos ao longo do ano.
— Estou com sete anos de agroindústria legalizada. Costumamos participar de feiras pelo Estado. Em Pelotas, é muito bom de expor os produtos, é tudo bem aceito — conta Fioresi.
As agroindústrias do Sul do Estado também têm espaço — são 12 na Fenadoce. Além da renda obtida pela venda dos produtos, a exposição da marca também é valiosa para os comerciantes.
— Passa muita gente por aqui e acabamos ficando mais conhecidos na região — resume David Armendaris, 62 anos, proprietário da agroindústria João de Barro, do interior de Morro Redondo, que produz doces e conservas artesanais.
A programação do sábado na Fenadoce inclui 17 apresentações artísticas em quatro palcos espalhados pela feira. As atrações também incluem aulas-show e oficinas gratuitas do Festival de Gastronomia e uma série de painéis na Arena de Inovação SebraeX.
O doce, que é a principal atração do evento, é vendido por R$ 6 nos 42 estandes de docerias no espaço conhecido como Cidade do Doce.
Uma novidade neste ano é a venda online de ingressos, que busca terminar com o problema das filas no portão de entrada. O ingresso pode ser adquirido antecipadamente pelo site MinhaEntrada.com.
A temática do evento é "Doce Sabor da Infância", fazendo referência à memória afetiva dos visitantes. Os ingressos custam R$ 16, de segunda a quarta-feira, e R$ 18, de quinta a domingo. Cada ingresso dá direito a um doce fino.
A Fenadoce funciona de segunda a sexta-feira, das 14h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h.