Em 12 anos, Porto Alegre perdeu 76 mil moradores. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a capital dos gaúchos tinha 1.332.570 habitantes contra 1.409.351 habitantes em 2010, data do último Censo Demográfico. O resultado aponta queda de 5,4% da população porto-alegrense.
Apesar disto, Porto Alegre teve um aumento expressivo no número de domicílios. Em 2010, havia 574.831 domicílios particulares permanentes na Capital. Em 2022, esse número saltou para 686.414, dos quais 558.151 estão ocupados, 101.013 estão vagos e 27.250 são de uso ocasional. O número de domicílios livres mais do que dobrou, já que eram 48.934 em 2010.
Já o número de domicílios ocupados teve taxa de crescimento de 10% — em 2010, eram 508.813. Esse crescimento nos domicílios ocupados, apesar da queda na população, se explica pela média menor de moradores por domicílio. Hoje, há 2,37 moradores por moradia na Capital, média que era de 2,75 em 2010.
Grandes municípios brasileiros estão vivendo um movimento inédito de perda de população para municípios do entorno, ou uma moderação maior no ritmo de crescimento populacional, movimento limitado até então a pequenas cidades.
"No contexto de crescimento populacional cada vez mais baixo vivido pelo país, um fato a ser destacado é que o fenômeno da redução da população, antes bastante presente entre os municípios pequenos, passa também a ser cada vez mais observado entre os municípios maiores", apontou a publicação dos primeiros resultados do Censo 2022.
Entre os 319 maiores municípios do Brasil, que superam a marca de 100 mil habitantes, 39 deles apresentaram diminuição populacional entre os Censos de 2010 e 2022, incluindo algumas capitais, "algo inédito dentro dos censos demográficos recentes", frisou o IBGE.
RS também teve queda
O Rio Grande do Sul teve uma das menores médias de crescimento anual desde 2010. A população gaúcha cresceu, em média, 0,14% ao ano entre 2010 e 2022. Apenas Alagoas, Rio de Janeiro, Bahia e Rondônia cresceram menos.
O Censo 2022 constatou também que o Rio Grande do Sul é o Estado com menor média de moradores por domicílio ocupado. São 2,4 moradores por domicílio gaúcho. A média nacional é de 2,79 moradores. No Amazonas, unidade da federação com maior média, são 3,64 moradores em cada residência.
O resultado reflete tendência observada em 2010, quando o RS já era o Estado com menos moradores por domicílio. Naquele Censo, o RS tinha 2,95 moradores por domicílio, único estado com média inferior a 3.
Brasil
A população brasileira totalizava 203.062.512 pessoas em 31 de julho do ano passado, segundo os dados do Censo Demográfico 2022. Apesar de uma forte perda de fôlego no ritmo de crescimento populacional, o resultado significa um aumento de 6,5% em relação aos 190,8 milhões de habitantes contados no Censo anterior, realizado em 2010, o equivalente a 12,307 milhões de pessoas a mais em pouco mais de uma década.
O montante ficou significativamente aquém das estimativas preliminares entregues pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU), em 28 de dezembro do ano passado, quando o instituto informou a existência de 207.750.291 pessoas no Brasil, população calculada já com base em dados preliminares coletados pelo Censo 2022. O número de habitantes do país é usado no cálculo do rateio do Fundo de Participação dos Municípios, além de determinar o tamanho das representações políticas, como a quantidade de vereadores e de deputados federais e estaduais, entre outras finalidades, frisa o IBGE.
Segundo o instituto, ainda não foi possível mensurar se a perda de vidas para a covid-19, que superou 700 mil mortes confirmadas pela doença no Brasil, afetou significativamente o crescimento populacional no país. Os dados ainda estão sendo analisados por técnicos do IBGE, informou o presidente interino do instituto, Cimar Azeredo. A queda na taxa de fecundidade, que mede o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva, já vinha desacelerando o aumento da população brasileira, lembrou o instituto.