A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um estudo nesta terça-feira (15), confirmando a previsão que ela mesma havia feito: o mundo chegou aos 8 bilhões de habitantes. O número é mais de três vezes maior que era em 1950 e continuará aumentando até 2080, embora o crescimento tenha desacelerado.
De acordo com a ONU, a população global levou 12 anos para crescer de sete para oito bilhões, e chegará a nove bilhões em cerca de 15 anos, em 2037. A partir de então, mais da metade das pessoas do mundo viverá na Ásia, com a Índia e a China representando a maior parte dos habitantes no leste e sudeste da Ásia, onde se concentram 2,3 bilhões de pessoas. Os indianos inclusive passarão os chineses a partir de 2023, se tornando o país mais populoso do mundo.
As projeções também indicam envelhecimento da população. Para 2050, a ONU acredita que a comunidade acima de 65 anos será o dobro da de crianças abaixo de 5 anos.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, atingir este marco é uma prova de avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento. No entanto, ele adverte sobre a existência de bilhões de pessoas em dificuldades, centenas de milhões enfrentando fome e números recordes de habitantes do planeta fugindo de casa em busca de ajuda, além de questões como “dívidas, dificuldades, guerras e desastres climáticos”.
Para Guterres, a menos que seja superada a lacuna entre os que têm e os que não têm recursos, o mundo está se preparando para um ser um lugar “cheio de tensões e desconfiança, crise e conflito”.
A agência apontou que, à medida que as regiões crescem em ritmos diferentes, a distribuição geográfica da população global está mudando. Como os países com os mais altos níveis de fecundidade tendem a ter a menor renda per capita, o crescimento da população global se concentrou nos países mais pobres do mundo.
O aumento populacional amplia o impacto ambiental do desenvolvimento econômico, com o aumento da renda impulsionando a produção e o consumo insustentáveis. O ritmo de crescimento mais lento ao longo de décadas pode ajudar a mitigar os danos ambientais na segunda metade do século atual. No entanto, a pesquisa aponta que para sustentar os hábitos atuais de consumo já seria necessário 1,75 planeta como o nosso.
Segundo a ONU, políticas públicas de controle populacional funcionam, mas nenhuma ação iniciada hoje teria efeito antes do final do século, quando já se espera uma redução populacional. E o consumo mundial de recursos por pessoa só aumenta, principalmente nos países mais ricos.