De acordo com um estudo publicado na última semana na revista Journal of Travel Medicine, conduzido por pesquisadores da espanhola Fundação iO, ao menos 379 pessoas morreram entre janeiro de 2008 e julho de 2021 no mundo ao fazerem um autorretrato - "selfie", no linguajar popular - considerado perigoso. Esse número, que havia diminuído com a chegada da pandemia, voltou a aumentar após a melhora da situação epidemiológica. Nos primeiros meses desse ano, sete países registraram um total de 31 óbitos do tipo - quase um por semana. As informações são do jornal O Globo.
O país que mais registrou mortes durante uma selfie foi a Índia, com cem casos, seguida pelos Estados Unidos, com 39 óbitos e em terceiro lugar a Rússia, com 33. O Brasil ocupa o quinto lugar da lista, com 17 casos identificados durante o período analisado.
O estudo chama atenção, no entanto, que não são apenas turistas que morreram em situações de selfies de risco. Enquanto 141 mortes foram de pessoas que estavam viajando, 238 pessoas perderam a vida no local onde moravam. Cerca de 41% das vítimas eram adolescentes de até 19 anos e 37% eram jovens com idade entre 20 e 19 anos. Além disso, 60% dos casos foram de homens.
Os tipos mais comuns de mortes envolvendo selfies foram decorrentes de quedas de lugares como cataratas, precipícios e telhados - 216 dos 379 casos. Em seguida, as situações que envolveram meios de transporte deixaram 123 mortos. Na sequência, 66 pessoas morreram em afogamentos, 24 mortes foram por arma de fogo, 24 por descargas elétricas e 17 por animais selvagens.
Outra informação levantada foram os dez lugares no mundo em que mais ocorreram mortes por selfies de risco. No Brasil, o local mais perigoso para tirar uma foto de si mesmo é a praia da cidade de Penha, em Santa Catarina. No mundo, os lugares mais perigosos para se realizar uma selfie são as cataratas do Niágara, na divisa entre os Estados Unidos e Canadá; a catarata de Mlango, no Quênia; o Taj Mahal e o vale de Doodhpathri, na Índia; o arquipélago de Langkawi, na Malásia; os montes Urais, na Rússia; o Charco del Burro, na Colômbia; a ilha Nusa Lembongan, na Indonésia; o Glen Canyon, também nos Estados Unidos.
No dia 17 de janeiro deste ano, a professora Soliane Luiza, de 28 anos, caiu do costão da Ponta do Vigia, na praia da cidade de Penha, enquanto fazia uma selfie.