Conhecida por dar forma ao arquétipo da mulher operária nos Estados Unidos, que inspirou o pôster símbolo do feminismo em que uma trabalhadora posa de macacão industrial e bandana fazendo um gesto de força com um braço, Rosalind P. Walter morreu nesta quarta-feira (5), aos 95 anos. As informações são do jornal New York Times. A causa não foi divulgada.
Rosalind nasceu em Nova York, em uma família abastada. Ainda adolescente, estudou fora em uma escola preparatória para mulheres de alta classe e depois foi fazer faculdade. Nessa época, ocorreu o ataque à base aérea de Pearl Harbor e os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados.
Com a convocação massiva de homens para servirem ao Exército, as mulheres foram chamadas a atuar nas fábricas de armamentos. Rosalind foi uma das que passaram a trabalhar na indústria armamentista. No turno da noite em uma fábrica, rebitava chapas metálicas para serem usadas na construção de aviões.
Sua história chamou atenção de um jornalista e foi contada em uma coluna. Esse texto, então, inspirou a banda Kay Kaiser a escrever a música Rosie the Riveter, que fez muito sucesso à época. Foi essa canção que serviu para a concepção da ideia da mulher operária americana que foi materializada em 1943 por J. Howard Miller no cartaz, que traz os dizeres "We Can Do It" ("Nós Podemos Fazer", na tradução do inglês). A imagem acabou se tornando um símbolo do movimento feminista.
Rosalind seguiu sendo conhecida do público americano por suas atividades filantrópicas, tendo feito diversas contribuições à PBS – uma rede de televisão com programação educativa e cultural em que não veicula propagandas. Ela deixa um filho, dois netos e vários bisnetos.