Com a previsão de reunir mais de 100 instituições de ensino e um total de 15 mil visitantes em todo o Brasil, Porto Alegre recebeu a 38ª edição da Eduexpo neste domingo (8), no Centro de Eventos do BarraShoppingSul. Representantes de mais de seis países, palestras e estandes informativos tiraram as dúvidas de interessados em diferentes modalidades de estudo no Exterior — de cursos de idiomas a doutorado. O evento ainda passará por outras cinco cidades do país durante o mês de março.
Mesmo com mais de 100 mil casos registrados em 98 países de todo o mundo, a epidemia de coronavírus não preocupa os visitantes e os institutos. A coordenadora da Eduexpo, Leticia Piatti, aponta que interessados em pacotes de estudos para países como Itália e China se mostram atentos nos últimos dias, mas que ainda é cedo para interferir nos planos de quem deve viajar nos próximos meses.
Este é o caso da estudante de Enfermagem Camila Güntzel, 24 anos, que foi ao evento atrás de informações sobre programas de trabalho ou que complementem sua formação acadêmica, com prioridade para locais que falem inglês ou francês.
— É uma gripe, o maior problema não é ela, e sim os cuidados que precisamos ter sempre — explica Camila. — Ela está longe de alterar meus planos, porque é uma questão das pessoas a tratarem como uma gripe mesmo. É só ficar atento.
O estudante de Engenharia Ambiental Jefferson Niewierowski, 25, e sua mãe Elsa, 57, também acreditam que ainda não é o momento da epidemia interferir nos planos de estudar fora.
— A gente tem que ter noção de que as pessoas estão trabalhando para resolver, não tem porque criar alarde. Se acontecer de pegar, tratamos — frisa Jefferson.
— O importante é tomar consciência e estar preparado. O governo está fazendo um trabalho bacana, hospitais preparados, a gente não precisa sair desesperado atrás de fábricas de máscaras (risos) — concorda Elsa.
Apesar dessa tensão ao redor da doença, o mais estimulante, na visão do público da Eduexpo, é a possibilidade de ter uma formação mais completa. Jefferson estava buscando cursos dentro da área ambiental. Mesmo satisfeito com a sua universidade, a UFRGS, ele acredita que um intercâmbio é a chave para a produção de ciência:
— Com ele, temos um conhecimento mais global. Além de unir e promover uma troca de culturas, o intercâmbio é essencial para gerar ciência. É fundamental para complementar qualquer estudo — destaca.
Canadá
De acordo com a organização do evento, os destinos mais procurados são Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Irlanda e Malta. O Canadá segue liderando o ranking de melhor país para estudar há 14 anos. Já Malta entrou recentemente para a lista dos mais buscados devido a implementação de uma política que permite ao intercambista estudar e trabalhar ao mesmo tempo.
A frente de um dos estantes do evento, o chefe de escritório comercial do Governo do Canadá na região sul do Brasil, Paulo Orlandi, destaca que o país tem atraído cada vez mais brasileiros. A excelência da qualidade de ensino; o custo-benefício quando comparado com outros países de língua inglesa, como EUA e Austrália; a segurança nas ruas e a proximidade são alguns dos motivos que agregaram valor à região.
Orlandi garante que os estrangeiros são muito bem vistos lá:
— O Brasil é colocado como um dos países prioritários pelo próprio governo de lá. Há um incentivo para atrair estudantes brasileiros, com diversos programas de bolsas. O Canadá recebe muito bem a pessoa de fora, é país receptivo e multicultural.
O que mais atrai os brasileiros ainda são os cursos de idiomas, por serem mais flexíveis com os diferentes orçamentos e períodos desejados pelos intercambistas. De acordo com Leticia Piatti, da Eduexpo, a cotação do dólar canadense (menor em comparação ao americano) é outro atrativo e tem facilitado o fechamento de pacotes. É possível encontrar um curso de inglês no Canadá, para quatro semanas, com acomodação em casa de família por R$ 4 mil, sendo as passagens a parte.
Os amigos Maicon Rodrigues de Freitas e Marcio Ruzza, ambos de 31, passaram a incluir o Canadá como uma opção após descobrirem a abertura do país para os brasileiros.
— Eles tem sido bem amigáveis e a proximidade com os EUA ajuda a não ter um sotaque tão internacional, tão marcante. Com ou sem coronavírus, vai ter viagem, sim! (risos) — garante Maicon.