Esta é a segunda parte de uma reportagem sobre intercâmbio. Clique aqui para ler a primeira.
A primeira viagem internacional do produtor audiovisual Christofer Golfetto da Silva, 21 anos, de Porto Alegre, deverá ocorrer em fevereiro de 2020 e, se depender dele e da namorada, Isabel Machado, 19 anos, deve ultrapassar os seis meses iniciais do curso de inglês programado para ser feito na Austrália. Juntos, os dois planejam a viagem com o apoio dos pais. Para trás, deixarão temporariamente a produtora de vídeo criada por eles. A meta é permanecer estudando e trabalhando o máximo que conseguirem, afirma o jovem.
Namorando há dois anos, o casal buscou a ajuda de uma agência de intercâmbio para tirar todas as dúvidas e ter a certeza de escolher o país ideal. Christofer tinha a ideia inicial de morar na Irlanda, no Canadá ou nos Estados Unidos. Austrália era a última opção dos dois. Porém, os depoimentos de amigos que vivem na Oceania fizeram o jovem mudar completamente o roteiro de viagem. Ao chegar a uma das agências da CI Intercâmbio, já tinha o destino praticamente definido.
— Sabemos que o estudo é de melhor qualidade, a possibilidade de continuar estudando é maior e estaremos perto da Indonésia, que sonhamos conhecer — justifica o produtor audiovisual.
Ainda se adaptando às escolhas de Christofer, a advogada Angeli Marques Golfetto, 38 anos, acredita que conseguirá suportar a saudade do filho mais velho – o outro tem oito anos.
— Quando ele me disse que ia para tão longe, tentei abstrair e fingir demência — conta, aos risos.
Brincadeiras à parte, Angeli acredita que esta será a melhor hora para Christofer deixar o país devido à instabilidade econômica.
— A faixa etária dele está num limbo porque o mercado de trabalho está difícil, causando um desestímulo. Então, esta vivência com outra cultura vai ajudá-los a definirem os próximos passos e, quem sabe, voltarem com mais experiência para o Brasil — acredita.
O intercâmbio cabe no seu bolso?
Estudar inglês por 30 dias
- África do Sul, Canadá e Malta oferecem opções de até R$ 8 mil, incluindo curso, traslado e acomodação. O valor pode ser parcelado.
- Uma passagem aérea pode custar até R$ 5 mil.
- O investimento total fica entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, dependendo do custo de vida no local escolhido.
Estudar um idioma e ter permissão temporária para trabalhar
- O investimento começa a partir de R$ 12 mil.
- Tempo inicial de estudos de idiomas: seis meses. Neste caso, os destinos mais comuns são Irlanda, Austrália e Nova Zelândia.
- É necessário incluir no orçamento a acomodação, a passagem aérea e o custo de vida.
- No total, costuma-se desembolsar até R$ 25 mil.
- A remuneração do trabalho no país destino será um auxílio para cobrir as despesas do aluno durante o intercâmbio.
Dicas para quem quer investir
- É essencial pesquisar sobre os destinos.
- Consulte sempre uma agência especializada, para obter todos os detalhes e não sofrer problemas na chegada ao país de destino. Use uma agência de intercâmbio que tenha o selo Belta – sigla de Brazilian Educational & Language Travel Association (belta.org.br) –, que regulamenta e protege as viagens/experiências.
- Escolhida a agência, defina a duração do curso, a data de embarque, preveja exigências de visto, analise a antecedência da viagem e selecione o intercâmbio.
- O tempo de duração do intercâmbio varia conforme o objetivo de quem vai estudar: de duas a 24 semanas é o período de estudos mais comum para um curso de inglês. Se o nível de conhecimento for básico, serão necessários de cinco a seis meses estudando para se tornar fluente. Intermediário levará de três a cinco meses. Já para o avançado é possível estudar de um a três meses.
- Os cursos costumam ter de 15 a 30 horas/aula por semana. Um mês estudando no Exterior equivale a 10 meses no Brasil.
- Trabalhar durante o período de estudos não é uma obrigação nem é recomendado para todos. As opções de cursos que envolvem estudo com permissão de trabalho têm duração de quatro a seis meses e exigem algumas atenções para o processo de visto/imigração.
- As casas de família funcionam melhor para programas com duração de até três meses. Em alguns países, no máximo, um mês. As famílias hospedam alunos e recebem uma ajuda de custo. Em troca, oferecem um quarto em boas condições. As refeições podem ou não estar incluídas. Já as residências estudantis podem ser casas compartilhadas com outros alunos ou estruturas de hospedagem similares a hotéis/pousadas. Algumas escolas também oferecem a opção de hospedagem em hotel.
- O valor da passagem aérea dependerá do período de embarque. Quanto mais próximo dos meses de férias, maior a tarifa. Em baixa temporada, o mesmo trecho internacional pode custar três vezes mais barato. Também influenciam no valor final a antecedência da compra, companhia aérea utilizada, quantidade de escalas e o tempo total da viagem.
Fonte: Marcelo Melo, diretor da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio
Sites para consulta
- Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association)
- Passaporte Polícia Federal
- Education USA
- Study Canada
- Study in Australia
- Education in Ireland
- Study in New Zealand
- Study UK