O número de nascimentos no Rio Grande do Sul voltou a cair, enquanto o índice de mortalidade cresceu em 2018. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE, antiga FEE), que hoje está sob o comando da Secretaria Estadual do Planejamento, e foi embasado em levantamento da Secretaria da Saúde.
Segundo o governo gaúcho, em 2017, nasceram 141,6 mil pessoas e, no ano seguinte, 140 mil vieram ao mundo. A variação da taxa de natalidade é de -1,24%. Para efeito de comparação, no ano 2000, 176,7 mil pessoas haviam nascido. Em 2010 houve o menor número da série, com 133,2 mil.
A queda, segundo o pesquisador do DEE Pedro Zuanazzi, pode estar ligada à gravidez tardia das mulheres gaúchas.
Já o número de mortes ficou em 88,4 mil, 0,78% mais do que no ano anterior, quando 86,2 óbitos foram registrados. O alto número de idosos no Rio Grande do Sul, cerca de 17% da população, pode ser a causa no número maior de mortes, conforme explicou Zuanazzi.
Veja a apresentação e os gráficos elaborados pelo governo do Estado:
Segundo dados do DEE, a diferença entre nascidos e o registro crescente de óbitos resultou em 51,5 mil novos habitantes no Estado, o que significa aumento de apenas 0,46% na comparação com 2017. São os menores patamares da série histórica iniciada em 2010.
A população do Rio Grande do Sul, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 11.329.605. Desses, 63,87% estão entre 15 e 59 anos, grupo de pessoas consideradas "potencialmente ativas".
A região do Vale do Sinos concentra a metade dos 10 municípios (com população acima de 20 mil habitantes) com o maior percentual de ativos. Dois Irmãos lidera o ranking: dos 32.614 habitantes ao final de 2018, 22.684 (69,55%) estavam nessa faixa etária.
— Essa taxa traz reflexos para a economia destas cidades que ficam com percentuais acima — observa Zuanazzi.
Na outra ponta, duas cidades do Litoral Norte (Imbé com 59,23% e Tramandaí com 60,07%) apresentam os menores percentuais da população hipoteticamente apta a produzir. Os índices estão próximos de municípios das regiões que enfrentam baixo nível de crescimento econômico, como a Fronteira Oeste e Campanha. Em compensação, o Litoral tem as duas cidades com maior presença de jovens, com até 14 anos, na lista dos municípios que reúnem mais de 20 mil habitantes: Capão da Canoa (24,05%) e Tramandaí (23,13%).
As mulheres são maioria no Rio Grande do Sul: 5.815.522, ou 51,33% da população. Na média, para cada 100 mulheres, há 94,8 homens. Os meninos são maioria entre os nascimentos. O número de mulheres, porém, começa a superar o de homens a partir da faixa dos 30 anos.
A situação se explica pelo alto índice de mortalidade entre homens jovens em acidentes de trânsito, por exemplo. Entre a população com mais de 80 anos, a relação despenca: para cada 100 mulheres, são 53,5 representantes do sexo masculino. Para os pesquisadores, homens têm menos cuidado com a própria saúde.
Das cidades com mais de 20 mil habitantes que ficam acima desta média, Porto Alegre leva o título da mais feminina, com 53,76%. Na sequência, estão Pelotas (52,97%) e Cruz Alta (52.77%).
Nesta quarta-feira, foi atualizado também o site PopVis. Os dados auxiliarão diversas secretarias de Estado, como a da Saúde, que utiliza os dados para distribuição de vacinas, por exemplo. Na Educação, os dados são usados para embasar o fechamento de escolas onde a população infantil ou adolescente é abaixo da média.
— Estão ali dados que podem nortear as políticas públicas de responsabilidades do governo do Estado e das prefeituras, assim como podem servir de orientação para a tomada de decisão em projetos da iniciativa privada. É preciso conhecer onde está o seu público alvo — conclui Zuanazzi.
Censo
O governo federal divulgou há poucos dias que a população do Rio Grande do Sul cresceu, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A comparação foi feita com o Censo realizado em 2010. O número de habitantes do Estado chegou a 11.377.239 em 2019, um crescimento de 6,38% em relação ao Censo realizado em 2010, quando a população era de 10.693.929 residentes.