Estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o 15 de junho é conhecido por ser o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa e faz parte do Junho Roxo. A data cresce em importância à medida que essa população aumenta em todo o mundo. Além disso, no Brasil, houve um acréscimo no número de denúncias de violência contra idosos em 2018.
Por meio dos dados do Disque 100, linha criada para denunciar o abuso contra esse público, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) observou um aumento de 13% na quantidade de denúncias no ano passado em relação a 2017, somando mais de 37 mil ligações. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram o ranking. No Rio Grande do Sul, foram 1.919 registros, 16,94% a mais que no ano anterior.
No Estado, os tipos de abuso mais frequentes foram negligência (1.529 casos), violência psicológica (1.012) e abuso financeiro e violência patrimonial (764) – os números ultrapassam o total de registros porque, em uma única ligação, é possível identificar mais de uma violação, explica a pasta. Levantamento da Secretaria Estadual da Saúde (SES) aponta que a maioria dos agressores é filho(a). O cônjuge ou namorado(a) aparece em terceiro lugar, atrás das autolesões.
O secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do MMFDH, Antonio Costa, destaca que a violência contra a pessoa idosa vai muito além dos maus-tratos, pois inclui também a violência do abandono, a violência financeira e a não inclusão na sociedade.
— Nesse sentido, estamos engajados no enfrentamento a esses tipos de violência desde o início de nossa gestão. O Programa Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável tem o propósito de resgatar a autoestima, conscientizar a pessoa idosa no âmbito da educação financeira e dos direitos a ela inerentes — afirmou.
Dados do Disque 100 mostram que, em todo o país, 52,9% dos casos de violações contra pessoas idosas foram cometidos pelos filhos, seguidos de netos (com 7,8%). As pessoas mais atacadas são mulheres com 62,6% dos casos e homens com 32%, sendo eles da faixa etária de 71 a 80 anos com 33% e 61 a 70 anos com 29%. Das vítimas, 41,5% foram declarados brancos, pardos 26,6%, pretos 9,9%, amarelos com 0,7% e indígenas 0,4%. Sendo a casa da vítima o local com maior evidência de violação, 85,6%.
Veja dados do RS
População acima dos 60 anos: 1,8 milhão - ou 16,06% da população total
Violações mais registradas pelo Disque 100 em 2018*
- Abuso financeiro e econômico/ violência patrimonial: 764
- Discriminação: 7
- Negligência: 1.529
- Outras violações/ assuntos relacionados aos direitos humanos: 6
- Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes: 1
- Violência física: 531
- Violência institucional: 117
- Violência psicológica : 1.012
- Violência sexual: 7
*dados do Balanço anual do Disque 100 do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos