Brasileiros e gaúchos preferem casar-se em dezembro. É o que demonstram dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). Em 2018, o último mês do ano foi o que mais concentrou uniões: foram 74,6 mil matrimônios heterossexuais e 2,6 mil homoafetivos.
O mês menos procurado por todas as orientações sexuais no ano passado foi fevereiro: héteros registraram 51,1 mil celebrações em cartórios e LGBT+, 460.
Segundo Arioste Schnorr, presidente da Arpen no Rio Grande do Sul, a predileção por dezembro ocorre por quatro motivos: tradição, entrada do 13º salário na conta, festas de fim de ano e período de férias para a lua-de-mel.
— Desde o período greco-romano, é tradição os casamentos ocorrerem em dezembro. Temos também a questão econômica, com o pagamento de 13º, o que facilita aos casais bancar as despesas excepcionais de um casamento. Além disso, as festas de fim de ano fortalecem questões religiosas e familiares. Por fim, as férias no Brasil ocorrem em janeiro em fevereiro, então os casais acabam por designar a data do casamento para dezembro — avalia.
Enquanto brasileiros não gostam de casar em fevereiro, gaúchos não gostam do inverno. No Rio Grande do Sul, agosto concentrou o menor número de uniões registradas em cartórios: 1,4 mil.
Ainda no Estado, o maior número de uniões em 2018 ocorreu em Porto Alegre (2 mil). Mas, proporcionalmente, a cidade mais casamenteira foi Ibiaçá, na região Norte. Com apenas 4,7 mil habitantes, foram celebrados 49 casamentos, uma taxa de 10,4 a cada 1 mil pessoas (a média estadual é de 2,2). A cidade gaúcha com menor sorte no amor foi Carazinho, também no Norte: o município de 62 mil habitantes celebrou apenas cinco matrimônios, um índice de 0,08.
Em Porto Alegre, a taxa de casamentos por 1 mil habitantes, de 1,37, fica abaixo da média do Estado (2,2). Já os índices de nascimentos e de mortes são acima da média. A Arpen-RS, no entanto, destaca que o grande número ocorre em função da concentração de hospitais na cidade.
As cidades mais casamenteiras do RS
Ibiaçá: 10,38 pessoas a cada 1 mil habitantes
Jari: 8,81 pessoas a cada 1 mil habitantes
São Valentim: 6,88 pessoas a cada 1 mil habitantes
Cerro Branco: 6,63 pessoas a cada 1 mil habitantes
Rodeio Bonito: 6,48 pessoas a cada 1 mil habitantes
As cidades menos casamenteiras do RS
Carazinho: 0,08 pessoas a cada 1 mil habitantes
Cacequi: 0,16 pessoa a cada 1 mil habitantes
Piratini: 0,24 pessoa a cada 1 mil habitantes
Uruguaiana: 0,29 pessoa a cada 1 mil habitantes
Chuí: 0,30 pessoa a cada 1 mil habitantes
A cidade com maior aumento de casamentos de 2017 para 2018:
Cachoeira do Sul: +1.522%, passando de três registros para 47