Perto do meio-dia da última terça-feira (29), Cintia de Souza entrou em um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo. Sentada em um banco do corredor para fugir do sol forte, pensava, distraída, nas tarefas que ainda precisava cumprir no estágio. Sem que ela notasse, Diego Ferreira de Novais, 27 anos, se aproximou e começou a se masturbar. A jovem só se deu conta do ato quando ele ejaculou no seu pescoço. Em entrevista ao programa Timeline desta segunda-feira (4), Cintia relembrou, emocionada, dos fatos.
– Se ele se esfregou em mim, não vi. Estava distraída. Quando, de repente, senti algo caindo no meu pescoço e descendo pelo ombro. Cheguei a imaginar que fosse um passarinho, mas quando olhei para o lado ele estava se masturbando e olhando para mim com cara de prazer. Comecei a gritar muito.
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Depois de chamar a atenção dos demais passageiros, o motorista parou o coletivo, evitando que o suspeito descesse no ponto seguinte. Sem constrangimento, Novais admitiu o ato e ficou dentro do ônibus junto com a vítima até a chegada da polícia. Levada à delegacia, Cintia lembra que seu maior temor era encontrar o homem no local.
– Perguntei para a delegada se eu não ia dar de cara com ele, ela me assegurou que ele ficaria preso. Não imaginaria que em menos de 24 horas ele seria solto.
Em audiência de custódia, a Justiça determinou a liberação do homem alegando que "não houve constrangimento" da vítima no ato. Dias depois de ser detido e solto pelo ataque a Cintia, Novais foi preso novamente por ato obsceno. No sábado (2) ele atacou uma outra mulher dentro de um ônibus na Avenida Brigadeiro Luis Antônio.
– Isso soou como uma piada (a repetição do ataque). É uma palhaçada com a mulher. Foi por isso que fui para a delegacia, pois não queria que ele ficasse solto para repetir com outras pessoas. É nojento – desabafou.
O suspeito acumula 15 passagens anteriores por crimes sexuais contra mulheres e três prisões.
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