A técnica de enfermagem Patricia Monken, que pendurou uma faixa pedindo aos vizinhos que deixem de dar palpites na criação do seu filho mais novo, disse nesta quinta-feira (27) que a situação só piorou depois que o caso virou notícia nacional. A carioca, que tem um garoto de dois anos e uma menina de 18, foi entrevistada no programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
– O que já não era bom, ficou pior. É muita fofoca. Hoje passou na televisão e eu já fui hostilizada. Eu soube que as pessoas criaram grupos no WhatsApp para falar mal de mim – contou Patrícia.
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Um vídeo da instalação da faixa junto à janela do apartamento de Patricia, no Rio de Janeiro, teve mais de 260 mil visualizações no Youtube até a manhã desta sexta-feira. No material, ela escreveu:
Prezados vizinhos, às vezes parece que estou matando meu filho, quando na verdade só estou colocando soro no nariz, cortando a unha ou limpando o ouvido do meu bebê. Favor não ligar para o Conselho Tutelar. Quando Deus disse: 'orai e vigiai', ele se referia a sua própria vida e não as dos outros.Se quer se meter na minha vida, faça as coisas direito. Comece lavando as minhas calcinhas, pagando as minhas contas e resolvendo os meus problemas por mim.
Oferta especial: A cada cinco pacotes de fraldas G ou XG, ganhe o direito de dar um palpite na criação do meu filho. Obs: se o pacote for jumbo, são dois palpites.
Sobre a oferta especial da faixa – em que a cada cinco pacotes de fraldas, a pessoa ganharia o direito de dar um palpite na criação do seu filho - a técnica de enfermagem disse que não recebeu nenhuma unidade. Ela afirmou que gostaria de "trocar as fraldas por mordaças", ironizando a reação dos vizinhos.
Patrícia contou ainda que morava no mesmo bairro há 14 anos, e que em uma ocasião os vizinhos chamaram o Conselho Tutelar para verificar como ela tratava a filha, hoje com 19 anos. Separada recentemente, ela precisou voltar a morar no mesmo local e, prevendo uma situação semelhante, resolveu fazer a faixa.
–Só moro lá porque não tenho opção. As pessoas falam que meu filho vai virar gay porque o cabelo dele é comprido, e que eu deveria cortar. Na minha casa quem manda ainda sou eu. Inclusive, em função dos boatos, o conselheiro tutelar que atendeu a ocorrência de 14 anos atrás deixou um comentário no meu Facebook para quem quiser ver dizendo que as coisas não são bem assim.
Para encerrar a entrevista, Patrícia ainda brincou:
– Quem tem sete vidas é gato, Deus deu 24 horas no dia para cada um, não precisa fazer hora extra cuidando na minha vida – disse entre risos.