Fred Downs, um veterano de guerra do Vietnã de 72 anos, lembra-se de ter lutado contra as lágrimas quando recuperou a habilidade de pegar objetos com o braço esquerdo, após 40 anos. Artie McAuley, um capitão que sofreu um acidente de carro grave, sorri ao contar que voltou a poder jogar os dois braços para o alto para comemorar um touchdown enquanto assiste ao futebol americano.
Ambos participaram de uma demonstração de suas próteses futuristas na sexta-feira em um hospital de veteranos em Nova York.
O dispositivo de terceira geração é chamado de braço LUKE - sigla de "Life Under Kinetic Evolution" e uma referência ao braço robótico que Luke Skywalker recebe após levar a pior em uma batalha com sabre de luz com Darth Vader em O Império Contra-ataca, de Star Wars.
Após anos de testes, a primeira demonstração dos dispositivos - que podem agarrar um objeto tão frágil como um ovo, ou tão pequeno quanto uma uva, ou mesmo permitir que o usuário gire uma chave de fenda - aconteceu em Washington em maio de 2016.
Jay Burkholder - que dirige a empresa americana que fabrica os membros, Mobius Bionics - disse que dezenas de unidades poderiam estar disponíveis para venda este ano, em função das encomendas, mas não revelou quanto custariam. Mas Dean Kamen - fundador da empresa Deka, que desenvolveu os membros em colaboração com o DARPA, a ala de pesquisa e tecnologia do Pentágono - disse que o preço estaria em torno de US$ 100 mil.
Os veteranos amputados são os primeiros beneficiários. Mais de 1,6 mil soldados americanos perderam membros nas guerras no Iraque e no Afeganistão. E os hospitais de veteranos trataram cerca de 20 mil pessoas com o braço amputado em 2016, de acordo com David Shulkin, o Secretário de Assuntos de Veteranos.
Aprender a usar os braços requer prática e pode levar várias semanas. Seu movimento está ligado aos movimentos dos pés, capturados por sensores nos sapatos do usuário. Um amputado levanta um pé para levantar um braço, e vice-versa.
– Você precisa ser inteligente para fazer isso – riu McAuley. – De vez em quando eu erro!
Linda Resnik, que lidera um estudo nacional sobre as necessidades de amputações dos veteranos, disse que cerca de 80 pessoas estão sendo treinadas para usar seus novos braços.
Mas, por enquanto, devido à falta de dispositivos mesmo aqueles que já começaram a usá-los não poderão manter seus braços. De acordo com Resnik, Downs e McAuley são "os dois primeiros que não têm que devolvê-los".