O consumo de tabaco mata mais de sete milhões de pessoas por ano em todo o mundo, alertou nesta terça-feira (30) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende a proibição da propaganda e o aumento dos preços e impostos sobre o produto.
Por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, a OMS publicou um relatório no qual avalia os custos do cigarro para a saúde e a economia e, pela primeira vez, o impacto ambiental.
"O tabaco é uma ameaça para todos. Agrava a pobreza, reduz a produtividade econômica, afeta negativamente a escolha dos alimentos consumidos nas residências e polui o ar em ambientes fechados", afirmou a diretora geral da OMS, Margaret Chan, em um comunicado.
Leia mais
Estudo mostra que cigarros light são mais perigosos que os normais
Souza Cruz quer retirar advertência frontal de embalagens de cigarros
O consumo de tabaco mata mais de sete milhões de pessoas a cada ano - contra quatro milhões no início do século XXI - e custa às residências e governos mais de 1,4 trilhão de dólares em gastos com saúde e perda de produtividade, de acordo com a OMS.
Atualmente, o tabaco - principal causa evitável de doenças não transmissíveis - mata metade das pessoas que consomem o produto.
O tabagismo afeta principalmente pessoas pobres e constitui uma causa importante de disparidades de saúde entre ricos e pobres, segundo a OMS.
Estragos no meio ambiente
– Ao adotar medidas firmes de luta antitabagismo, os governos protegem o futuro de seus países porque protegem toda a população, com independência se consomem ou não este produto letal. Além disso, geram recursos para financiar os serviços de saúde e outros serviços de sociais e evitam os estragos que o tabaco provoca no meio ambiente – destacou Chan.
O relatório da OMS, que tem como título "O tabaco e seu impacto no meio ambiente: uma visão de conjunto", o primeiro sobre os efeitos do produto na natureza, apresenta alguns dados reveladores.
Os resíduos de tabaco contêm mais de 7 mil substâncias químicas tóxicas que envenenam o meio ambiente, algumas delas cancerígenas para o ser humano.
Além disso, a fumaça do tabaco libera milhares de toneladas de produtos cancerígenos para o ser humano, substâncias tóxicas e gases do efeito estufa.
Os resíduos dos produtos de tabaco são o tipo de lixo mais numeroso. Quase 10 bilhões dos 15 bilhões de cigarros vendidos diariamente no mundo são jogados no meio ambiente. As pilhas de cigarros representam entre 30% e 40% dos objetos recolhidos nas atividades de limpeza da costa e urbana.
De acordo com a a OMS, o tabaco poderia provocar no século XXI o total de um bilhão de mortes em todo o planeta.
Para acabar com esta praga a OMS, agência especializada da ONU, defende "medidas fortes", como a proibição da publicidade e do marketing, a proibição de sua venda em locais fechados e ambientes de trabalho, assim como o aumento do preço e dos impostos.
O médico Oleg Chestnov, subdiretor geral da OMS para Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental, explica que "muitos governos estão tomando medidas contra o tabaco, desde a proibição da publicidade e comercialização até a adoção do pacote neutro e a proibição de fumar nos espaços públicos e locais de trabalho".
– Uma medida de luta antitabagismo menos utilizada que resulta muito eficaz é a aplicação de políticas tributárias e de preços, que os países podem aplicar para satisfazer suas necessidades de desenvolvimento – conclui Chestnov.