O medo do câncer de mama é muito difundido, mas o que muitas mulheres não percebem é que a adoção de alguns hábitos pode evitá-lo. As práticas descritas a seguir podem também resguardar de outras doenças perigosas, como as cardíacas e o diabetes. A Sociedade Norte-Americana do Câncer calcula que, neste ano, serão diagnosticados 252.710 novos casos invasivos e que 40.610 mulheres morrerão em consequência desse mal nos EUA.
Leia também:
"Desenvolvi um câncer por causa dos implantes de mama"
Apenas 20% das mulheres têm mama reconstruída após tratamento no SUS
A mamografia constante é considerada a forma mais eficiente de redução desses números, embora os especialistas continuem discutindo quem deve fazer o exame, com que frequência e a partir de que idade, mas pouco ou quase nada dizem sobre o que a mulher pode fazer sozinha para reduzir as probabilidades de desenvolver a doença.
1- Não fumar
Um estudo conduzido ao longo de 10 anos entre 102.098 mulheres na Noruega e na Suécia concluiu que, comparadas às não fumantes, aquelas que fumavam 10 ou mais cigarros por dia, durante vinte anos ou mais, tinham 30% mais chances de desenvolver um câncer de mama invasivo; as garotas que começaram antes dos 15 anos tinham quase 50% mais chances.
2- Controlar o peso
Quanto mais cresce o índice de massa corpórea, ou IMC, mais aumentam os riscos de surgimento de um câncer de mama, especialmente para quem acumula gordura ao redor da cintura. Isso porque, nessa região, a mulher é metabolicamente ativa, produzindo fatores de crescimento e hormônios, incluindo o estrogênio, que estimula o desenvolvimento de células cancerosas.
O sobrepeso também diminui as chances de sobreviver ao problema, embora não se saiba se o emagrecimento após o diagnóstico reforce a garantia da remissão.
3- Diminuir consumo de bebidas alcoólicas
Mulheres que tomam de dois a cinco drinques por dia têm 40% mais probabilidades de desenvolver a doença do que aquelas que não bebem. De fato, basta um drinque por dia para aumentar essa probabilidade em 7%.
A ingestão de álcool afeta o nível de hormônios sexuais que aumentam o risco de câncer tanto nas mulheres que estão na pré como na pós-menopausa. Entre as que já se trataram do mal, tomar o equivalente a três ou quatro drinques por semana eleva o risco de recorrência, especialmente entre aquelas que estão na pós-menopausa e as que são obesas ou têm sobrepeso. Entretanto, uma bebida de vez em quando não é problema.
4- Dieta equilibrada
A dieta considerada mais eficiente no combate das doenças cardíacas é também a mais eficaz contra o câncer de mama – e se concentra nos legumes e verduras ricos em fibras, frutas e grãos integrais, estimulando o consumo reduzido de proteína, como a carne vermelha, e de gorduras saturadas, e o mínimo de alimentos e bebidas doces.
Uma análise recente de 15 estudos de projeção descobriu o menor risco de câncer de mama entre as mulheres com maior consumo de frutas, verduras e legumes. Especialmente protetores são os que contêm substâncias chamadas carotenoides, os pigmentos cor de laranja das plantas, precursores da vitamina A. Elas estão presentes na batata doce, na cenoura e na abóbora, mas também em verduras de folhas escuras como espinafre e couve e em frutas como melão e tomate.
Baseada em diversos estudos, incluindo um acompanhamento de 20 anos de jovens enfermeiras, a Sociedade Norte-Americana do Câncer sugere que as mulheres restrinjam o consumo de carne vermelha (de vaca, porco, e carneiro) a duas refeições por semana e limitem ainda mais – ou evitem – opções como bacon, linguiça, frios e salsichas.
5 - Atividade física
O exercício regular não só ajuda a prevenir o câncer de mama e promover a recuperação da doença, como também protege contra muitas outras doenças crônicas e podem ajudar a mulher a manter um peso normal. Mais de 50 análises conduzidas nos EUA e em inúmeros outros países concluíram que as mulheres ativas têm menor risco de câncer de mama e menor taxa de mortalidade se o desenvolverem. Você não precisa se tornar atleta ou correr a maratona para garantir proteção; atividades como a caminhada intensa também são eficazes, especialmente se forem feitas durante uma hora por dia, mas a verdade é que até meia hora diária é melhor que nada.
Por Jane E. Brody