Os bombeiros de Balneário Camboriú conseguiram resgatar, depois de 11 horas de trabalho, uma cadelinha que estava presa entre duas pedras no morro da rodovia Interpraias há pelo menos quatro dias. Belinha, que tem 10 anos, provavelmente escorregou para dentro da fenda e não conseguiu mais sair. Quando retirada, estava com os olhinhos cheios de lágrimas e embora desidratada, não tinha nenhum ferimento.
A cachorrinha havia fugido de casa há mais de uma semana. Seu paradeiro foi descoberto depois que um morador de Taquarinhas começou a ouvir um cão chorar e uivar durante a noite. Procurou, e a encontrou presa entre as pedras, morro acima.
Moradores da região fizeram as primeiras tentativas de resgate, sem sucesso. Na quarta-feira, os bombeiros foram acionados. Durante horas, experimentaram diversas técnicas para que Belinha saísse ilesa, mas a missão era quase impossível.
– Ela chorava muito, sentia dor e não conseguíamos puxar. O local é perigoso, e havia risco de rolamento de pedras – diz o sargento Jorge Batista, que participou da primeira equipe de resgate.
Por volta das 14h, sem perspectiva de conseguir fazer o resgate, os três primeiros bombeiros a chegar ao local voltaram para o quartel para troca de turno. Contaram a história de Belinha aos colegas, que decidiram voltar até lá.
A operação só terminou às 20h, quando, após cortarem um pedaço da pedra, os bombeiros conseguiram enfim laçar a cadelinha pelas patas e içá-la. No vídeo, é possível ouvir a comemoração dos três socorristas, tenente Marcus Vinícius e os soldados Sérgio Ricardo Galvão e Neto Borba, acompanhados de moradores que apoiaram o resgate.
– O impressionante é que ao verem a motivação deles, os moradores, que já não acreditavam mais que a Belinha pudesse ser resgatada, também voltaram para o local e ficaram até o fim – comenta sargento Batista.
Segura e em terra firme, Belinha foi entregue à dona, Tânia Guidi, e levada ao veterinário. Este não foi o primeiro "susto" que Belinha deu na dona. Pouco tempo atrás ela havia passado por um longo tratamento, após ter sido picada por uma cobra. Desta vez, apesar da desidratação, estava tudo bem.
– Foi muito emocionante o envolvimento das pessoas. A Belinha estava em um local longe, eram 20 minutos de caminhada em mata fechada.
Nesta quinta, Belinha já está de volta ao aconchego do lugar. Para que não apronte de novo, vai ficar trancada dentro de casa – pelo menos até a próxima aventura.