A Praia Mole, em Florianópolis, reuniu na manhã deste domingo mulheres adeptas do movimento intitulado "Vai ter gorda na praia". Organizado pelo projeto catarinense Sim sou Diva, o evento atraiu a imprensa local e também olhares curiosos de turistas e banhistas que passavam pela faixa de areia.
O movimento é uma iniciativa nacional, criado pela paulista Helena Custódio e reinventado pela santista Erika Cador. Em Santa Catarina, o então blog Sim sou Diva comprou a ideia e começou a promover os encontros no ano passado.
A vencedora do concurso Miss Plus Size Sênior SC, Rosilene Bejarano, também marcou presença na ação. Ela reforça o objetivo do evento, que segundo ela é promovido justamente para encorajar outras mulheres na mesma situação a saírem de casa e curtir a vida sem medo ou vergonha.
– Nós, brasileiras, somos uma mistura, então não tem como ter um padrão. Temos que nos aceitar mesmo. O problema não está na gente que se encontrou aqui hoje, somos super felizes com nós mesmas. O problema maior é para as pessoas que estão em casa, que não vem na praia por se acharem feias – pondera.
A publicitária e também apoiadora da ação Edvana Stadizki, de 30 anos, complementa Rosilene ao pontuar que, hoje em dia, as mulheres deste grupo já vão para a praia sozinha e, inclusive, marcam encontros no local. Ela defende que é preciso ter respeito pelo que é diferente:
– Não temos problema com a palavra gorda, a gente se aceita. Nosso maior objetivo é ajudar outras pessoas e nos fortalecer. É preciso respeito. Tudo bem não gostar, mas não precisa ofender – afirma.
A idealizadora da ação e do blog Sim sou Diva, Letícia de Assis, também estava em meio ao grupo. Além de comentar o recente caso da represente do Canadá no concurso Miss Universo, onde internautas apontaram a concorrente como gorda, Letícia ainda ponderou sobre a questão da pressão pelo padrão de beleza.
– A Miss Canadá não é gorda, gente. Ela está acima das medidas das demais, mas é belíssima como as outras. A pressão estética sempre vai existir e as gordas estão fadadas a isso – lamenta.
Aos 39 anos, Letícia também alerta para a questão de rotular e associar a obesidade com doença. Para ela, ser gorda e ser doente são coisas diferentes:
_ Existe negligencia em tratamentos (de saúde) quando a mulher é gorda, falando que a gente é doente simplesmente por ser gorda. Isso é muito grave e é algo que vem da sociedade. É muito preocupante _ conclui.