Se formar um filho na faculdade já é uma alegria, imagina, então, formar quatro... de uma só vez! Foi segurando o coração e as lágrimas que Rita e Adair Stocco viram Sabrina, Rafaela, Letícia e Fabiana, de 26 anos, comemorarem a conclusão do Ensino Superior na noite de sexta-feira, na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
As quadrigêmeas de Antônio Prado fizeram a festa juntas em um salão de eventos da cidade e só não colaram grau na mesma data porque Rafaela, ao contrário do trio que escolheu a Administração, resolveu estudar Ciências Contábeis, e levantou o canudo no sábado passado.
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As quatro ingressaram quase juntas na faculdade, há cerca de 10 anos. Sabrina entrou um semestre antes, mas há dois anos, pensando em festejar com as outras manas, foi cursando menos cadeiras na universidade.
– Sabia que valeria a pena porque não é comum quatro irmãs se formarem juntas, né? Aí foi fácil pensar em uma estratégia para dar tudo certo. Logo começamos a pensar nos convidados, no local e na roupa que, assim como na nossa festa de 15 anos, foi igual, conforme minha mãe ordenou! – diverte-se Sabrina.
O pedido da mãe foi atendido e o quarteto entrou no salão com o mesmo modelo de vestido, apenas em cores diferentes.
– Nós nunca nos vestimos iguais. Isso só acontecia quando éramos pequenas e as pessoas nos davam as mesmas roupas. Depois de grandes, não usamos nem calças jeans iguais. Mas o esforço deles (dos pais) fez com que a gente nem pensasse em não atender essa vontade – conta Letícia.
E o esforço de Rita e Adair foi mesmo grande durante os anos em que as quatro permaneceram na UCS, principalmente financeiro. As irmãs trabalham – Letícia e Fabiana na fábrica de estofados da família, Sabrina em um banco e Rafaela em um escritório de contabilidade – mas foram os pais que bancaram a maior parte dos gastos, que incluíam a mensalidade e as passagens de ônibus diárias (em média R$ 18, só a ida, para cada).
– Já é tudo muito caro, imagina multiplicado por quatro... Na verdade, em um momento foram as cinco estudando (além das quadrigêmeas, o casal ainda tem Simone, 30 anos). Mas tudo sempre valeu a pena. Como é que antigamente se conseguia ter 10, 11 filhos? Dá trabalho, mas o orgulho supera tudo – derrete-se Adair.
Sempre juntas, as irmãs foram para o mesmo salão de beleza na tarde de sexta para se aprontarem para o festão que reuniu 230 convidados. Familiares e amigos de Antônio Prado, Ipê e Caxias foram os escolhidos para celebrar a conquista. Uma das ausências mais sentidas será a do médico Sérgio Moreira Espinosa, que fez o parto das meninas em Porto Alegre e sempre manteve contato com a família. Ele morreu em 2014, em um acidente. A mulher dele foi convidada, mas também não poderá comparecer.
Em comum, o amor pela cidade natal.
Quem enxerga Sabrina, Rafaela, Letícia e Fabiana juntas pela primeira vez pode até achar que são irmãs, já que têm semelhanças, mas poucos _ ou ninguém _ afirma que são quadrigêmeas. Nascidas em 16 de agosto de 1990, as jovens dizem que têm poucas coisas em comum. Elas não têm a mesma altura, o mesmo peso e nem a cor do cabelo segue no mesmo tom: enquanto Sabrina e Letícia são mais ruivinhas, Rafaela e Fabiana têm as madeixas puxadas para o castanho.
No entanto, o quarteto é tímido e não esconde o amor por Antônio Prado, cidade distante 60 quilômetros de Caxias. Elas também se assemelham na discrição em se vestir e em algumas escolhas (todas usam dois brincos em cada orelha). Além disso, os nomes das quatro têm sete letras e terminam com "a".
– Ah, mas isso foi coincidência! – diz Rafaela.
Quando eram mais jovem, as gurias também cultivavam o amor pela cultura gaúcha e dançavam no CTG Cancela do Imigrante. Mas o tempo foi passando e somente Letícia seguiu bailando.
Os gostos musicais, contam, foram mudando e hoje também não são os mesmos.
– A banda que contratamos para a nossa formatura toca bastante sertanejo, que eu não gosto, mas aceitei porque elas gostam. Tive de ceder – brinca Sabrina.