O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, vai trabalhar com o setor privado para desenvolver um teste diagnóstico de tuberculose mais rápido, barato e informativo do que os atuais. O projeto é fruto de uma parceria entre o governo paulista e a Embaixada do Reino Unido, que vai investir cerca de R$ 1,4 milhão na iniciativa, batizada de Inovação Aberta em Saúde.
Em contrapartida, o Adolfo Lutz colocará à disposição seu acervo de material biológico (amostras de tecidos e microrganismos), sua infraestrutura laboratorial e recursos humanos. "Poucos países no mundo têm o acervo de amostras que o Adolfo Lutz tem; isso é preciosíssimo", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário da Saúde, David Uip. O governo estima que sua contrapartida seja equivalente a um investimento de R$ 900 mil.
Leia mais:
Anticoncepcional masculino tem bons resultados em testes com animais
Terminou o horário de verão; atrase o relógio em uma hora
Câncer de esôfago: prevenção, causas e tratamentos
A empresa parceira será selecionada por um processo de chamamento público, que será lançado em março. O edital será aberto a estrangeiros, mas o teste deverá ser desenvolvido e fabricado no Brasil.
Processo. O diagnóstico da tuberculose hoje é um processo lento e fragmentado, que exige diversas análises. Há vários tipos de micobactéria, mas só uma delas (Mycobacterium tuberculosis) causa a tuberculose. Outras espécies também podem causar infecções pulmonares graves, com sintomas parecidos, mas o tratamento é completamente diferente.
Para fazer essa diferenciação é preciso cultivar a bactéria em laboratório, o que leva no mínimo 15 dias. O objetivo é desenvolver um teste molecular único, capaz de identificar rapidamente a espécie da micobactéria e se ela é resistente a algum antibiótico específico.
Alckmin. "Pode ser uma grande revolução", disse à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A meta é reduzir a incidência da tuberculose no País de 35 para menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035. "A tuberculose está caindo muito lentamente. Se não inovarmos, não vamos atingir a meta." Para ele, o diagnóstico mais rápido e preciso ajudará a coibir o contágio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.