Levantamento feito pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS) aponta para uma redução de 37,5% no número de vagas abertas pelo governo federal para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em 2017. No primeiro semestre do ano passado foram selecionadas 12.563 vagas em 75 instituições de Ensino Superior. Neste ano, o número de vagas caiu para 7.852. Mesmo assim, o número de instituições participantes aumentou para 88. As informações são da Rádio Gaúcha.
O Fies é o programa do Ministério da Educação que oferece financiamento estudantil em instituições privadas com taxa de juros abaixo das praticadas pelo mercado. Dados obtidos pelo blog mostram que de 2010 a 2014 o programa registrou aumento no número de contratos firmados no Rio Grande do Sul, seguindo tendência do país. No entanto, a partir de 2015 houve redução na oferta pelo Fies.
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O maior número de vagas pelo Fies foi em 2014, com 29,5 mil novos contratos firmados no Rio Grande do Sul. Em 2015 o número caiu para aproximadamente um terço – com 10,3 mil contratos.
De acordo com o presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, o corte no Fies ocorre em um momento em que as pessoas mais precisam de ajuda do financiamento público para conseguir concluir um curso superior em função da crise econômica. Segundo ele, isso afeta os estudantes, que acabam desistindo do sonho do diploma na universidade, e as instituições de ensino, que perdem importante fonte de receita.
– Um programa tão importante como o Fies acaba sucateado com essa redução na oferta de vagas, diz Eizerik.
Quando anunciou a edição do primeiro semestre deste ano, no começo do mês, o ministro da Educação, Mendonça Filho, confirmou que o Fies passa por um processo de reestruturação para garantir a sustentabilidade do programa. O que mais preocupa o governo é a elevada taxa de inadimplência, que chega a quase 50% dos contratos do Fies.
O ministro anunciou a redução do teto de financiamento, que antes era de R$ 7 mil por mensalidade, e agora passou para R$ 5 mil. Outras mudanças no programa serão apresentadas em março.
Segundo Eizerik, as instituições de ensino estão buscando alternativas, como oferecer financiamento próprio, diante da falta de previsibilidade com o programa. No entanto, ele confirma que os cortes têm resultado em demissões de educadores e readequação da estrutura.