Férias escolares, a criançada dentro de casa, os pais atrapalhados com a correria do começo de ano. A cena típica pode terminar em um acidente doméstico. Foi em um cenário como este que os gêmeos Bowdy e Brock Shoff, de apenas dois anos, brincavam sozinhos no quarto de casa, nos Estados Unidos, quando a cômoda que tentavam escalar caiu por cima de Brock, deixando-o preso. Depois de algumas tentativas, Bowdy conseguiu empurrar o móvel e salvar o irmão. O vídeo ganhou as redes sociais neste início de janeiro e chamou atenção para os acidentes que acontecem dentro de casa com as crianças.
Esse tipo de caso está entre os principais motivos que levam os pequenos para as emergências de hospitais em todo o mundo. No ano passado, 12.739 crianças entre zero e dez anos ingressaram na emergência do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre em razão de acidentes – domésticos ou não. Uma média de 35 por dia. Conforme o Ministério da Saúde, 631 crianças e adolescentes de até 14 anos morreram em 2014 após sofrerem acidentes domésticos. Este é o último levantamento do órgão.
– A maioria dos casos de acidente acontece em casa mesmo. Por isso a gente reforça a importância da cultura da prevenção – diz Taís Soares Feldens, enfermeira da área de políticas públicas para crianças e adolescentes da Secretaria Municipal de Saúde.
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Mas o que leva estas crianças ao HPS? De acordo com a enfermeira, quedas, acidentes de trânsito, sufocamentos, afogamentos e queimaduras são os principais motivos.
– Falta aos responsáveis essa cultura preventiva. É importante conversar com as crianças para evitar que esses acidentes aconteçam, e não agir somente depois que acontecem – destacou.
Ela lembra, ainda, que o dever de cuidar das crianças é dos adultos. Ou seja, pais, tios e avós erram muitas vezes ao delegar o cuidado dos pequenos a crianças mais velhas ou adolescentes.
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Dicas para evitar os acidentes
/// Nunca deixe uma criança sozinha em casa.
/// Use grades ou redes de proteção nas janelas e não deixe móveis próximos a elas.
/// Coloque produtos de limpeza, higiene e medicamentos fora do alcance das crianças, de preferência, em armários ou gavetas trancadas.
/// Certifique-se de que móveis, prateleiras e estantes estão estáveis ou fixos à parede, para que não exista o risco de caírem.
/// Proteja os cantos dos móveis e opte por ponteiras redondas, e não retangulares.
/// Evite objetos de vidro ou pesados ao alcance das crianças.
/// Dê preferência para tapetes com boa aderência ao chão, para evitar escorregões.
/// Proteja todas as tomadas elétricas com protetores.
/// Mantenha as crianças longe da cozinha, em especial, do fogão.
/// Coloque os cabos das panelas para dentro, dificultando que a criança consiga puxá-la.
/// Guarde garfos, facas e copos de vidro em locais pouco acessíveis às crianças.
/// Jamais deixe uma criança sozinha em uma banheira ou piscina. Nem por alguns instantes.
Fonte: Taís Soares Feldens, enfermeira da área de políticas públicas para crianças e adolescentes da Secretaria Municipal de Saúde.