Com o índice de infestação de fêmeas do Aedes aegypti em Porto Alegre chegando a um nível crítico, aumenta a preocupação em ficar bem longe dos mosquitos e das doenças que eles transmitem. O repelente é uma das opções mais populares para se prevenir desses insetos, mas é preciso cautela ao utilizá-lo.
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Os sintéticos, que estão à venda em farmácias e supermercados, são mais eficazes do que as fórmulas naturais, que costumam durar menos. Na hora da compra, o que vale é o princípio ativo de cada um. Os mais comuns produzidos no Brasil têm icaridina, Ir3535 ou DEET. Cada um tem indicação e maneiras de repelir os insetos diferentes.
– Alérgicos (a picadas de insetos) podem usar sempre, mas no verão, quando há maior proliferação de insetos, o adequado é usar de manhã e ao final do dia – lembra a médica dermatologista Sabrina de Stefani, do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre.
Evite aplicar o produto em locais com lesões na pele ou em caso de alergias a algum dos componentes. Por isso, ler o rótulo com atenção é a dica mais importante para garantir o uso correto do repelente. É na embalagem que se encontram o princípio ativo e as instruções exatas de aplicação. Não esqueça de verificar se o repelente escolhido é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que indica que já foi testado e pode ser usado.
Recomendações para grávidas
No verão, a professora de educação física Priscila Cefrin Zoccole passa, antes de dormir, um repelente com DEET na composição. Grávida de 15 semanas, ela não recebeu qualquer orientação especial sobre o uso do produto, mas achou melhor se prevenir contra o Aedes aegypti.
– Nenhum médico me disse alguma coisa até agora. Comprei um repelente aleatoriamente, sem critério – conta.
Para grávidas como Priscila, não há instrução específica, Sabrina diz que não há contraindicações para gestantes e recomenda o uso principalmente no verão. Ao contrário das mães, crianças de até seis meses não devem usá-los. A pele dos bebês é muito sensível, e eles podem ter alergias, independentemente do componente.
A partir dos seis meses até dois anos, é recomendado consultar um pediatra ou dermatologista para que ele possa prescrever o repelente mais indicado a essa fase. Para crianças de dois a sete anos, observe com atenção o rótulo dos produtos para conhecer as indicações – algumas marcas oferecem versões para os pequenos, com menos concentração dos princípios ativos.
É importante lembrar que o repelente perde o efeito conforme as horas passam, mas os mais eficientes, com icaridina na fórmula, fornecem proteção de até 10 horas. Em adultos, o recomendado é aplicar o produto até três vezes por dia.
À noite, outros tipos de prevenção
O uso de repelente deve ser feito durante o dia e em áreas do corpo que não estejam cobertas pelas roupas. Mesmo sendo testado e sem riscos, ainda é um produto químico e deve ser utilizado com moderação. São raros os casos de alergia, mas isso pode ocorrer se o uso for em excesso. Passar antes de dormir significa deixar a pele absorvendo o repelente a noite inteira. As "prevenções mecânicas", como deixar o ventilador ligado, às vezes funcionam melhor do que os repelentes, avalia a dermatologista Sabrina.
– O ideal é passar em um ambiente ao ar livre e removê-lo quando for dormir. Usar tela nas janelas, mosquiteiro, ar-condicionado ajuda a espantar os mosquitos – sugere a médica.