Ao longo de 2016, 1,37 milhão de beneficiários deixaram de contar com planos privados de saúde em todo o Brasil, conforme o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A queda de 2,8% em relação ao ano anterior seria um efeito da crise econômica no país e, especialmente, do aumento no número de desempregados. Em dezembro, o total de beneficiários de planos médico-hospitalares ficou em 47,8 milhões de pessoas.
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No Rio Grande do Sul, 28,8 mil beneficiários deixaram de contar com a chamada saúde suplementar – uma retração de 1,1%. Em toda a região Sul, o número chegou a 95,85 mil pessoas, tendo o maior número de vínculos rompidos no período sido registrado no Paraná (41,3 mil).
O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, atribui uma relação direta entre a diminuição dos empregos formais – foram 263,4 mil a menos na região Sul no ano passado – e a queda de beneficiários de planos privados de saúde.
"Como os planos coletivos empresariais (aqueles fornecidos pelas empresas aos seus colaboradores) ainda representam a maior parte dos planos médico-hospitalares no País, é natural que o número de vínculos apresente retração junto com o saldo de empregos formais", aponta o superintendente, em nota.
A queda nos números nacionais foi puxada pela região Sudeste, que registrou 1,1 milhão de vínculos a menos em 2016, o equivalente a 79,9% do total no país. Só em São Paulo, 630,3 mil pessoas deixaram de contar com planos privados, número maior do que a soma de vínculos rompidos em todas as outras regiões do Brasil.
As pessoas que deixaram os planos de saúde privados, em teoria, passam a depender dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) ou a pagar por consultas e exames em consultórios e clínicas particulares.