Um ano dourado. Assim poderá ser descrito 2016 na vida do estudante do sétimo ano Felipe Strapasson Spolidoro, 12 anos, de Esteio. Além de comemorar a medalha de ouro nos Jogos Estudantis de Esteio (Jedes) na modalidade xadrez, categoria mirim, o morador do Bairro São Sebastião recebeu a notícia de que também alcançou a maior premiação na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), junto com outros 500 alunos do país que foram medalhistas de ouro.
Ao todo, participaram da competição 18 milhões de estudantes do sexto ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio.
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– Procurei meu nome entre as menções honrosas (quando os alunos se saem bem, mas não alcançam a pontuação mínima para medalha) porque achava que era o máximo que conseguiria chegar (recebeu menção honrosa em 2015). Como não achei, fui para a lista de medalhas. Não achei no bronze, na prata e, por curiosidade, olhei a lista da medalha de ouro e meu nome estava lá – contou o garoto que estuda no Centro Municipal de Educação Básica (CMEB) Oswaldo Aranha.
Para chegar à medalha de ouro, Felipe participou da primeira etapa da competição, na qual teve de responder a 20 questões de múltipla escolha. Na segunda etapa, a prova foi dissertativa, com seis questões.
Aplicado, o aluno estudou em casa, resolvendo provas de edições anteriores. Quando surgia alguma dúvida, recorria à irmã Luiza, 23 anos, estudante de engenharia de alimentos na UFRGS.
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– A prova tem questões de lógica. Buscam colocar problemas do cotidiano, que mostram às crianças que a Matemática está presente na nossa vida – comentou Luiza, que quando foi aluna da educação básica, recebeu quatro menções honrosas na mesma competição.
Matemática em família
Além das dicas da mana, Felipe também pode contar com a experiência dos pais cujas profissões lidam com a Matemática no cotidiano: o pai, Eduardo Spolidoro, 57 anos, é engenheiro mecânico, e a mãe, Mirian Strapasson Spolidoro, 50 anos, é economista.
– Eu tive muito incentivo. Essa é a disciplina que eu mais gosto – contou o tímido Felipe, que também adora ler.
A família está muito contente com o prêmio. Na cidade, também houve repercussão e Felipe recebeu o reconhecimento na Câmara de Vereadores. A medalha será entregue numa cerimônia no Rio de Janeiro, no ano que vem.
– A gente sempre soube do esforço dele, ele é super inteligente, mas ganhar uma medalha de ouro foi uma surpresa – elogiou Luiza.
Já a professora de Matemática de Felipe, Vanessa Martini, disse à prefeitura de Esteio que o aluno sempre foi muito dedicado em todas as disciplinas.
Iniciação científica
Com essa colocação, Felipe terá a oportunidade de participar, em 2017, do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que busca despertar o gosto pela Matemática e pela ciência em geral e motivar a escolha profissional pelas carreiras científicas e tecnológicas. Durante o programa, ele terá aulas à distância e presenciais.
Criada em 2005, a OBMEP é uma competição que envolve estudantes de escolas públicas de todo o país, realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promovida com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação e do Ministério da Educação. O objetivo é estimular o estudo da disciplina e revelar talentos.