Eva Tainara, cinco anos, sonha em ser Maria Júlia Coutinho. A irmã, Gabriele, nove anos, se inspira em Taís Araújo. Igor, oito anos, já quis ter o cabelo de Neymar, assim como Ana Luiza, nove anos, admira e se espelha no jogador. Já Sara Beatriz, sete anos, se divide entre o interesse em ser a mulata Globeleza, o encanto pela nova Miss Brasil e a vontade de ser como a cantora Ludmilla.
No Dia da Consciência Negra, o Diário Gaúcho ouviu crianças da Capital e de Viamão para saber quem são as suas referências, em quem elas se espelham.
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– É muito provável que as crianças em geral e não apenas as negras tenham como referência personagens valorizadas na mídia, associadas a ideia de sucesso, poder econômico e prestígio. Temos que ir além dos ícones da sociedade de consumo – observa o professor de História da África e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da Ufrgs, José Rivair Macedo.
A questão da exemplaridade social é extremamente importante na formação de uma identidade positiva de pessoas negras, segundo o professor. Exemplos positivos podem fortalecer a autoestima e estimular o surgimento de representações positivas, não apenas no meio artístico-cultural mas também no meio intelectual, na atividade pública, no meio empresarial.
"Meninas Black Power"
Dia da Consciência Negra
Quem são as referências para as nossas crianças negras
Ter exemplos ajuda a fortalecer a autoestima e estimula o surgimento de novas referências. Crianças negras encontram em artistas e atletas o modelo daquilo que pretendem seguir
Roberta Schuler
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