A cada final de viagem pelo Uber, acontece uma troca de estrelinhas entre motorista e passageiro: um avalia a experiência que teve com o outro naqueles instantes dentro do carro. E uma atualização do aplicativo neste ano facilitou o acesso à nota média que os usuários têm – avaliação essa que tem deixado alguns clientes intrigados.
Nos últimos dias, a curiosidade dos passageiros por suas próprias notas têm ganhado força. Ao redor da repórter que vos escreve, vários já fizeram a consulta – e ficaram pessoalmente ofendidos se não tinham nota máxima, que é cinco. Vai entender. De acordo com o Uber, o sistema existe para garantir que a experiência seja respeitosa para ambos. A pergunta que surge é: o que leva um motorista a não lhe dar cinco estrelas? (Ao final da matéria, saiba como ver sua nota).
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Conversando com parceiros do aplicativo, há um consenso: é raro dar nota "1" para alguém, mas o motivo mais citado para tal é quando vomitam no carro. Passageiros visivelmente alcoolizados também perdem pontos.
– Durante a madrugada, pelas 3h, peguei uma pessoa na festa e ela vomitou dentro do carro. Levei ela até em casa, mas aquilo me impossibilitou de dirigir pelo resto do dia. Fica cheiro, perco trabalho, mas o Uber me ressarce – diz João*, de 32 anos, que dirige há seis meses pelo serviço em Porto Alegre.
O porto-alegrense diz que comportamentos de passageiros que "pegam balinha ou água sem pedir ou não dão nem bom dia" são relevados. O que não pode é terminar o cigarro ou dar aquela última baforada de fumaça dentro do carro.
– A maioria do pessoal é bem tranquila, são poucos que fazem baderna. Já aconteceu de pegar quatro passageiros que abriram janela e saíram gritando. Aí foi nota "2" pra eles – diz.
Limite para as balinhas
Trabalhando desde dezembro como motorista do Uber, Tadeu*, de 42 anos, já viu um pouco de tudo. Para ele, gente arrogante e "mandona" não é tão bem avaliada. Bater a porta e levar bebida dentro do carro também é mal visto.
– Eles dizem: "Ah, não vou derramar", mas não adianta – diz.
Um dos diferenciais do serviço são os mimos que os passageiros recebem, mas segundo o motorista, tudo deve ter um limite.
– Teve passageira que tomou três águas e ainda queria levar balinhas para comer em casa – conta, incrédulo.
Pressa? Comigo não
Juliana*, de 28 anos, faz corridas de segunda a sexta, em Porto Alegre. Ela chuta: 95% dos seus passageiros levam a nota máxima. Uma das coisas que mais a irritam são o lixo ou restos de comida que são deixados dentro do carro.
– Eu ofereço bala, depois vejo que os papéis estão no chão. Entram comendo cachorro quente e derrubam batata palha por tudo. Eu deixo o carro limpo. Se sujam, os outros passageiros vão reclamar – conta.
Juliana também conta que pega mal a deixar esperando muito tempo, não informar número da rua, ser rude ou pedir para dirigir acima do limite de velocidade.
– Estávamos em um horário com grande fluxo e a pessoa pedia para eu andar mais rápido. É claro que eu não ia fazer isso – conta, indignada.
O que diz o Uber
Para manter-se em serviço, o motorista tem que ter média de 4,6 em uma escala de 1 a 5, mas pode ser excluído por casos mais graves, mesmo com nota maior do que essa. De acordo com o Uber, o usuário também precisa ter uma média boa – a assessoria não soube informar o número exato – para continuar usando o app.
Ficou curioso para saber a sua nota média? É simples, vá no menu principal do seu aplicativo e siga os passos: Ajuda>Conta e Pagamento> Configurações da Conta e Avaliações>Como as Avaliações Funcionam>Enviar. Ou clique nesse link e faça o seu login.
