Nem só de vento forte se faz um ciclone extratropical. Depois da ventania dos últimos dias causada pelo fenômeno, o Rio Grande do Sul deve registrar mudanças no tempo a partir desta quinta-feira.
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Meteorologista da Somar, Fabiene Casamento acrescenta que temperatura alta e umidade, como tem ocorrido, favorecem a ocorrência de precipitações. O subchefe da Defesa Civil estadual, coronel Alexandre Martins de Lima, afirma que a fase mais crítica dos reflexos do ciclone extratropical já passou e busca tranquilizar a população:
– O ciclone está perdendo força. Os eventos que exigiram mais atenção foram segunda à noite e terça à noite. A previsão é de que entre uma frente fria e comece a estabilizar.
A partir desta quinta-feira, o tempo deve firmar no Estado, com predomínio de sol e sensação de frio por conta da massa de ar polar. No Norte, as mínimas podem ficar perto dos 5°C, e as máximas em 22°C. Com vento mais fraco e céu limpo, a massa de ar frio começa a atuar no Sul. Em Pelotas, a tendência é de que a marca nos termômetros varie entre 9°C e 18°C e, em Rio Grande, entre 12°C e 15°C.
Na quarta-feira, o vento mais forte registrado no Estado foi de 95 km/h no Chuí. Rio Pardo teve vento de 81,7 km/h, enquanto Pelotas marcou 66,7 km/h e Rio Grande, 84,6 km/h. Em Porto Alegre, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Jardim Botânico registrou 86 km/h.
O pior já passou
Os fortes ventos que atingiram o Rio Grande do Sul, acarretando a morte de uma pessoa e danos materiais em quase duas dezenas de municípios, estão ligados a um ciclone extratropical. Formado no Uruguai, o fenômeno causou reflexos no Estado a partir do início da semana, sobretudo na costa. Esse sistema meteorológico se caracteriza por uma grande quantidade de ar que se move de forma organizada e circular, apresentando baixa pressão atmosférica em seu centro.
No Hemisfério Sul, o giro do vento para dentro do sistema é no sentido horário, enquanto no Hemisfério Norte, anti-horário.O nome extratropical vem do local onde eles ocorrem – neste caso, as latitudes médias da Terra. A turbulência por ele criada tem origem na mistura de ar quente e frio.
– O ciclone estava sobre o Uruguai e agora se afasta para o Oceano. As diferenças de massa de ar vão diminuindo, e o ar frio vai estabilizar o tempo –explica a meteorologista Elizabeth Signorini, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).