Na manhã desta terça-feira, uma força-tarefa de repórteres do Grupo RBS percorreu seis trajetos saindo de cidades da Região Metropolitana em direção a Porto Alegre. Para além do recorte mostrado pelo testemunho dos jornalistas, centenas de leitores, ouvintes e telespectadores, desde segunda-feira (quando entrou em vigor um aumento próximo a 15%) têm relatado experiências – muitas vezes piores – a bordo de ônibus.
Fenômenos como superlotação, acúmulos de sujeira, lixo, presença de baratas, depredação, problemas a ponto de ter de trocar de veículo e extremos de calor e de frio estão entre as principais reclamações. A explicação para o cenário flagrado pela reportagem, um pouco diferente do relatado por leitores, pode estar no período de férias (menor procura pelo transporte público) e também no horário (a partir da tarde, a situação tende a piorar), apontaram alguns dos usuários.
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A enfermeira Aline Teixeira, 39 anos, conta que viaja de Porto Alegre a Charqueadas com a Expresso Vitória há 10 anos. Em uma série de ocasiões, relata péssimas experiências – muitas delas reforçadas por outros leitores:
– Já fiquei no meio do caminho diversas vezes. Já viajei no inverno, chovendo, 7h com um vidro estilhaçado que se partiu nos primeiros 15 minutos de viagem, minha sorte ter escolhido um banco na frente, porque quem viajou atrás se molhou. Já vi uma barata subir pelo banco da frente até os cabelos do outro passageiro. Já sentei em chiclete. Já pisei em óleo no corredor. Janela que se abre com a trepidação é normal. Cheiro de mofo? Tem em quase todos os ônibus.
Outra empresa que recebeu muitas reclamações foi a Evel, de Viamão, incluindo dos próprios funcionários. Everton Justin, 34 anos, faz o trajeto a Porto Alegre diariamente. Para ele, a falta de cuidado e preocupação com o usuário é o pior.
– Os ônibus costumam chegar sujos, com sujeira do dia anterior, e de antes, parece que nunca são limpos. Além disso, vêm todos molhados, incluindo os bancos. Acho que passam a noite com vidros abertos no sereno. É um desrespeito – afirma o motorista de carro e caminhão.
Outra usuária viu goteiras de chuva em um ônibus em que andou. Esse caso e outros de críticas pontuais devem ser informados de forma imediata à Metroplan. Abaixo, veja as justificativas apresentadas pelo órgão responsável por fiscalizar e cobrar as empresas de transporte intermunicipal para os problemas relatados.