A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ingressou na Justiça, nesta terça-feira, com uma ação de reintegração de posse para desocupação do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff). A ação, com pedido de liminar, é contra o Cpers.
Integrantes do comando de greve do sindicato decidiram ocupar o Auditório Paulo Freire na segunda-feira, depois de uma reunião com representantes do governo, que terminou sem acordo. Os professores em greve querem "uma proposta concreta para a categoria". Também pedem a retirada de tramitação do PL 44/2016, elaborado pelo Executivo e interpretado pelos críticos como uma tentativa de privatizar o ensino e outros serviços públicos.
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Em nota oficial emitida no fim desta manhã, a Secretaria Estadual de Educação reafirmou que somente irá retomar o diálogo e negociações com professores quando a categoria desocupar as dependências do Caff. No documento publicado, a secretaria afirma que "(...) em diversas reuniões e audiências, de maneira transparente e dialogada, o Governo do Estado apresentou as possibilidades realistas em relação às pautas apresentadas. E reafirma que retomará o diálogo assim que houver a desocupação".
Já o Cpers considera que o governo não avançou nas propostas e que está tomando medidas de maneira "unilateral", sem diálogo com a categoria. De acordo com a professora Neiva Lazzarotto, integrante do comando de greve, professores discutiram em plenária nesta terça-feira um conjunto de propostas que poderá ser apresentado ao Estado.
– O que propomos nas nossas discussões é que a gente (professores) exija do governo a lista das cem maiores empresas beneficiárias da isenção fiscal, dos cem maiores sonegadores de imposto do Estado e uma auditoria nas verbas do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), pontos de onde sairiam os fundos que iriam para a Educação e que poderiam atender às nossas pautas – afirma Neiva.
Nesta terça-feira, cerca de 110 professores ocupavam o Caff, segundo o Cpers.