A forte neblina que atingiu Porto Alegre neste sábado fechou o aeroporto Salgado Filho por quase seis horas e causou muito transtorno. Houve casos de passageiros que ficaram dentro das aeronaves por mais de duas horas, e as filas se estenderam pelo saguão do terminal.
As operações de decolagem e pouso foram suspensas pela primeira vez às 4h11min. Houve permissão para partidas às 7h37min, mas logo o serviço teve de ser suspenso novamente. Conforme a Infraero, às 9h53min, as decolagens foram liberadas mais uma vez e havia registro de 14 voos atrasados e seis cancelados, de um total de 31 partidas programadas. Em relação às 14 chegadas previstas, a Infraero informou que três estavam com atraso e quatro foram canceladas.
O abre-fecha do terminal na manhã deste sábado provocou um efeito cascata nas escalas de voos e causou problemas a quem tinha compromissos marcados. Um voo da Tam marcado para as 5h58min com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ainda não havia partido até as 10h30min, por exemplo.
Os passageiros tiveram de esperar cerca de duas horas na sala de embarque. Pouco depois das 8h, entraram na aeronave, uma vez que o aeroporto havia aberto. Mas a neblina impossibilitou a decolagem novamente, e os tripulantes permanecem há mais de duas horas dentro do avião.
Entre os passageiros do voo, um engenheiro mecânico que prefere não se identificar não poderá se despedir do pai, que morreu na sexta-feira, devido ao atraso. Ele chegaria em Congonhas antes das 10h, e, ao meio-dia, tomaria uma conexão para a cidade de Ribeirão Preto, onde ocorre o velório do pai. O enterro está marcado para as 15h e, com a certeza que de perderá a conexão, o homem não poderá se despedir do pai.
– A minha vontade é de estar lá. Expliquei à minha mãe e ao meu irmão que estou tentando fazer o possível. Lamento muito – disse.
Às 10h30min, o sol começou a aparecer na Capital, e o comandante anunciou que o avião decolaria em instantes.