O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, negou nesta terça-feira (17), a intenção de revisar o tamanho do SUS (Sistema Único de Saúde). A negativa se refere a uma entrevista publicada no jornal Folha de S. Paulo, em que o ministro chama a atenção para a falta de recursos. As informações são da Rádio Gaúcha.
Segundo o ministro, as suas observações se referiram, na verdade, à área da Previdência e que, neste sentido, há necessidade de uma "repactuação", como foi feito na Grécia e em Portugal.
"Eu não disse isso [sobre a manchete ‘'Tamanho do SUS precisa ser revisto' ]. Eu falei esta observação em relação à Previdência e aos direitos constitucionais. Eu não tenho nenhuma pretensão de redimensionar o SUS, o que nos precisamos é de capacidade de financiamento para atender às demandas da população. Só conseguiremos isso, se nós conseguirmos repactuar os gastos que estão sendo excessivos em previdência. A Previdência consome hoje 50% da arrecadação federal e evidentemente começará a faltar recursos para as demais áreas", afirmou em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
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O novo ministro da Saúde também defendeu necessidade de um "ajuste fiscal" nas contas públicas, para que o governo possa reunir recursos para atender áreas essenciais, como Saúde, Educação e a própria Previdência.
"Temos que buscar o equilíbrio fiscal. Há quatro anos, nós fazemos déficit primário. Quer dizer, nós gastamos mais que arrecadamos. Isso não é sustentável. Há uma grande tarefa do presidente Temer em propor o ajuste fiscal, porque ao alcançarmos esse equilíbrio, isso resultará na possibilidade de atender prioridades e o governo certamente vai dar atenção á saúde", disse.
Ricardo Barros lembrou ainda que o projeto de CPMF, enviado pelo governo Dilma ao Congresso, está vinculado a recursos para custear a Previdência e não à saúde, como em anos anteriores.
Ele também lembrou que a gestão anterior cortou R$ 5,5 bilhões do Orçamento da Saúde e esse corte deve afetar algumas áreas. "Eu ainda estou tratando do Orçamento, vou conversar com ministro Romero Jucá (Planejamento) e vou tentar recompor o corte", disse.