Os animais de estimação são considerados membros da família por muitos brasileiros. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, mostram que em 44,3% dos domicílios no país havia pelo menos um cão, o que equivale a 28,9 milhões de residências. De olho nesse mercado, empresas apostam em produtos que agradam tanto humanos quanto seus pets.
É o caso da Postural, fábrica de colchões de Campo Bom e detentora da marca Colchão Inteligente que, desde 2014, comercializa um box com uma espécie de toca para abrigar os cães.
- Sabemos que hoje a maioria das pessoas tem cachorrinho em casa e, muitas vezes, eles dormem nos pés ou embaixo da cama. Por que não dar um cantinho confortável e à altura deles? - diz o franqueado master de Porto Alegre da empresa, João Pedro Clemente.
Conheça a moda inverno para pets
Criada em 2014 para um ambiente do Casa Cor, a Cama Pet já vendeu mais de 200 unidades em todo o país e faz sucesso na internet. Sites de todo o mundo divulgam o produto e, pelo Facebook, esses conteúdos já receberam curtidas de celebridades como a socialite Paris Hilton.
O espaço, feito com tamanho personalizado, é de MDF revestido com courino e possui uma almofada removível que permite melhor higienização. Principal característica da marca - que produz colchões com a densidade adaptada de acordo com as medidas do comprador -, a personalização da Cama Pet permite criar túneis que vão de ponta a ponta do box ou até estruturas com mais de um espaço dedicado para os peludos.
- Os clientes têm adorado e os cães realmente gostam da cama porque sentem-se nos pés do dono. Não tivemos ninguém que tenha dito que o animalzinho não entrou no espaço - garante Clemente.
Um box personalizado custa R$ 3,5 mil.
Futebol de domingo com o melhor amigo
Foi durante um casamento de cachorros em São Paulo que Lucas Marques Bueno percebeu que o mercado pet só oferecia petiscos sólidos para os peludos. Assim, o empresário resolveu desenvolver uma cerveja especial para cães.
- Como a cerveja é uma das bebidas mais consumidas em festas, tive a ideia de ir atrás para desenvolver - relembra.
Descubra que alimentos você não pode compartilhar com o seu pet
Com a ajuda do Centro de Tecnologia em alimentos e bebidas do Senai de Vassouras, no Rio de Janeiro, o desenvolvimento do produto levou oito meses e contou com a parceria de veterinários e mestres cervejeiros. A bebida é feita a base de água, malte e carne - sem álcool nem gás carbônico, elementos tradicionais da cerveja humana.
Após investir cerca de R$ 500 mil na ideia - o que inclui uma fábrica em São Paulo - Bueno passou a produzir e a comercializar a Dog Beer em agosto do ano passado. Desde então, já foram vendidas aproximadamente 200 mil garrafas long neck, a um preço sugerido de R$ 9,99. O idealizador do produto garante que a aceitação do público animal é alta: 99,9% dos cães bebem o produto em razão da sua palatabilidade. Disponível nos sabores carne e frango, o petisco não deve substituir a alimentação nem a água e deve ser usado apenas como um gesto de carinho.
- Pode ser dada como agrado e também para dividir momentos especiais com o cachorro. O dono senta para assistir ao jogo de futebol, pega a cervejinha e dá a do cão também - sugere Bueno.
Mercado para pets tem serviços que vão de resort até ceia de Natal
Para 2016, a expectativa é de ampliar a linha de bebidas "alcoólicas não alcoólicas" para animais de estimação e iniciar o processo de exportação para os Estados Unidos e a América Latina.
- Cada vez mais o mercado pet está desenvolvendo coisas para se aproximar dos humanos. Queremos evitar que se continue dando comida humana para animais - explica o proprietário da marca de cerveja.