Muitos leitores de Clarice Lispector, desconheciam que a escritora usava pseudônimos para escrever a coluna feminina iniciada na imprensa carioca em 1952. Clarice tinha medo de prejudicar sua prestigiada carreira literária. Quem assinava os textos era Ilka Soares, ex-modelo e atriz famosa, sua vizinha e grande amiga. A coluna foi interrompida quando a escritora passou a residir nos Estados Unidos.
Ao voltar, em 1959, com dois filhos pequenos e separada do marido diplomata, Clarice aceitou o convite de Alberto Dines para assinar um Correio Feminino, mandando diariamente os textos ao Diário da Noite, desenhados e ilustrados por ela.
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Na época, eu trabalhava na redação do jornal A Hora. Lia a coluna tão bem escrita por uma tal de Helen Palmer, sem saber deste segundo pseudônimo, com seus conselhos de beleza e sedução às leitoras.
Em 2006, a doutora em literatura brasileira Aparecida Nunes organizou o livro de crônicas Correio Feminino (Editora Rocco), obra que inspirou a série apresentada pelo Fantástico com os textos de Clarice, lidos por Maria Fernanda Cândido.
Se a mentalidade feminina evoluiu até o século 21, o brilho da escritora está presente na forma atraente de tratar assuntos considerados pueris, inclusive etiqueta: "A toalha deve ser de preferência branca. Para tirar maior efeito, você distribui os pratos de maneira que a própria cor dos alimentos ajude a decoração."
Lembro como foi difícil, já doente, entrevistá-la na TV Gaúcha, com dificuldade de falar. Faleceu pouco depois, em 1977. Dela diz Alberto Dines, no prefácio do livro Correio Feminino: "Para Clarice nada era casual, tudo devia ser intenso e verdadeiro".
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O professor Voltaire Schilling, na última palestra do ano da série cultura alemã, abordou influências da doutrina protestante de Lutero e dos ritos católicos. Comentou que o Carnaval do Rio de Janeiro se originou das procissões da Igreja Católica, com a família real e a corte na linha de frente. Fascinados pelos trajes da família real e pela pompa dos trajes da corte, os escravos buscaram no ritmo da religião africana a música que daria a pauta para seus desfiles à fantasia.
Coluna
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