
Na teoria, vai à farmácia quem está doente ou tem enfermos na família. Uma dorzinha de cabeça que seja o vivente tem que sentir (ou prever) para entrar na drogaria e prostrar-se diante do balconista. Pois essa lógica está prestes a ser radicalmente subvertida em Nova York.
Depois de trabalhar em farmácias convencionais por 15 anos, o farmacêutico Stanley George, de 39 anos, promete algo novo no universo de prateleiras de remédios e lâmpadas fluorescentes que, segundo ele, são a realidade do comércio de medicamentos nos Estados Unidos. Entra em funcionamento, no início de junho, a Stanleys Pharmacy, no coração do bairro de Lower East Side.
A ousadia da Stanley's já começa do lado de fora. Para ser diferente de tudo, o proprietário-inventor fez a fachada cor de laranja. Lá dentro, um grande painel não mostra ofertas ou dicas de saúde. Em seu lugar estão fotos de praia em um lindo dia de sol. A decoração segue uma linha vintage, inspirada na Califórnia dos anos 1970, e os uniformes brancos dos balconistas são desenhados em estilo retrô.
Sim, a atividade mais trivial exercida pelas farmácias mundo afora também será executada na Stanley's: vender medicamentos prescritos pelos médicos. Mas George quer ir mais longe. Em uma espécie de espaço de bem-estar, que conta até com um "welness bar", a equipe vai preparar chás, sucos e refrigerantes com ingredientes orgânicos e acrescidos de tônicos e tinturas para curar os males típicos da população do bairro, como dores de cabeça, insônia, alergias, ansiedade e sinusite. Tudo estará à disposição no menu Drinks + Drugs.
O carinho do proprietário pelo bairro vem dos anos em que trabalhou em outra farmácia nas redondezas e, ainda mais remotamente, do tempo em que George tocava guitarra nos bares locais.
- Vou abrir a farmácia cedo para que os jovens que estão vivendo uma noite louca no bairro possam passar por aqui e tomar uma bebida revigorante antes do café da manhã - avisa.