Encontrado morto nesta sexta-feira (20) com apenas 28 anos, Tim Bergling, conhecido como DJ Avicii, era um dos nomes mais celebrados na cena da música eletrônica. Seu nome artístico foi inspirado no termo avici, o nível mais baixo do inferno budista.
Nascido em Estocolmo, capital da Suécia, em 1989, Tim tentou aprender a tocar um instrumento na infância, mas logo percebeu que esse não seria o caminho. Arriscou-se na guitarra e no piano, sem demonstrar aptidão. Aos 16 anos, baixou um software de programação chamado Fruity Loops, com o qual aprendeu a fazer house music.
Conseguiu um empresário em 2008 e rapidamente passou a fazer turnês. Foi classificado como o DJ que dominava as pistas ao redor do planeta em reportagem publicada pela revista Rolling Stone em 2014. No ano anterior, havia lançado seu disco de estreia, True, com os hits Wake Me Up e Hey Brother. Foi chamado de "o John Coltrane do Fruity Loops" pelo produtor musical Nile Rodgers.
— Antes de conhecê-los, não teria considerado alguém que trabalha com Fruity Loops um compositor sério, mas esse garoto é absurdo — declarou Rodgers à revista.
Avicii tornou-se pioneiro no movimento contemporâneo conhecido como Eletronic Dance Music (EDM) e um dos poucos DJs do mundo capazes de lotar arenas em qualquer parte do globo. Ele venceu dois MTV Music Awards e foi indicado duas vezes ao Grammy. Participou de uma das músicas oficiais da Copa do Mundo no Brasil em 2014, chamada Dar um Jeito (We Will Find a Way), canção gravada ao lado do sambista Alexandre Pires, do rapper Wyclef Jean e do guitarrista Santana. Ele também colaborou com trabalhos da cantora Madonna e da banda Coldplay.
Apesar do sucesso, anunciou a aposentadoria aos 26 anos. Em 2012, havia sofrido uma pancreatite aguda que o obrigou a cancelar uma turnê. Ele teve o apêndice e a vesícula biliar removidos e desistiu de se apresentar ao vivo por causa do excesso de viagens que afetavam sua saúde. Em agosto de 2017, anunciou o lançamento de um EP com novas faixas. Em seu site, explicou o motivo de retornar aos estúdios.
"Todos nós atingimos um ponto em nossas vidas e carreiras em que entendemos o que mais importa para nós. Para mim, é criar música. É para isso que vivo, o que sinto que nasci para fazer. No ano passado (2016) eu parei de tocar ao vivo, e muitos de vocês achavam que era isso. Mas o fim do ao vivo nunca significou o fim de Avicii ou da minha música. Em vez disso, voltei ao lugar onde tudo faz sentido — o estúdio. A próxima etapa será sobre meu amor por fazer música para vocês. É o início de algo novo. Espero que gostem tanto quanto eu".