Criadora do site Muslim Girl, a ativista muçulmana Amani Al-Khatahtbeh recusou um prêmio da Revlon após a marca de cosméticos anunciar, no dia 8 de janeiro, que a atriz Gal Gadot seria a nova embaixadora da companhia. Em nota divulgada no Instagram na terça-feira (16), Amani disse que a atriz de Mulher-Maravilha dá suporte às Forças Armadas de Israel na Palestina.
Gal Gadot é israelense e chegou a servir nas Forças Armadas do país por dois anos, atividade que é obrigatória para homens e mulheres — experiência que teria sido considerada um diferencial para a atriz conseguir o papel da heroína na produção da DC. Em 2014, ela declarou publicamente apoio à ação do exército de seu país na Faixa de Gaza, um dos principais focos de conflito entre Israel e os territórios palestinos.
Não é a primeira vez que a origem da atriz e sua ligação com as forças armadas israelenses provoca gestos de repúdio do mundo muçulmano. Em 2017, o Líbano , país que faz fronteira e está oficialmente em guerra com Israel, proibiu nas salas de cinema de seu país a exibição de Mulher-Maravilha.
Na nota, Amani diz que, apesar de o prêmio Changemaker ser importante para ela, a escolha de Gadot a impede de aceitar o reconhecimento. O prêmio costuma ser dado pela marca a agentes de mudanças sociais.
"Eu não consigo manter minha consciência limpa e aceitar este prêmio de uma marca que celebra Gal como sua embaixadora, depois das Forças Armadas Israelenses ter encarcerado uma menina de 16 anos chamada Ahed Tamimi no mês passado, uma ativista que continua na prisão", escreveu Amani.