A empresária e produtora Paula Lavigne participou do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (10). Ela falou na entrevista sobre a Campanha #342, ação que articula com um grupo de artistas – inclui nomes como Renata Sorrah, Aline Moraes, Dira Paes, Letícia Sabatella, Fernanda Lima, Caetano Veloso, que é marido de Paula, entre outros – que pedem a saída do presidente Michel Temer.
– Quando teve esse impeachment da Dilma, teve uma polarização na classe artística. Já o Temer conseguiu juntar todo mundo. Alguns queriam eleições diretas, outros não. Fizemos uma reunião aqui em casa, e o único consenso que chegamos foi o de "Fora Temer". Muita gente não quer ficar de braços cruzados em casa vendo o Brasil entrar em um buraco. Então começamos a nos mobilizar – explicou Paula. – É a primeira vez que um presidente é investigado por um crime. Não dá. Aécio já virou pizza. Se isso acontece também (com Temer), é toda uma desmoralização da Lava-Jato. Todo dia com o Temer é um prejuízo, ele muda e mexe no que quer. É muito custoso esse governo, está muito ruim – completou.
Leia mais
Joaquim Barbosa frustra artistas ao afirmar que não será candidato em 2018
Paula Lavigne pede explicação por uso de música de Caetano pela seleção alemã
Justiça condena esposa de integrante do "Saia justa" a pagar multa por ameaça a Paula Lavigne
De acordo com a empresária, no grupo há ideias diferentes sobre a condução de um novo governo após o afastamento do presidente:
– A unanimidade é o "Fora Temer", depois é cada um por si. Tem gente que acha que a eleição de diretas é melhor, outros preferem a indireta.
Na entrevista, Paula comentou sobre quando trabalhou com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara e que assumiria o lugar de Temer provisoriamente em caso de afastamento. Em 2007, ela gravou um vídeo institucional do Democratas.
– Meu contato era muito bom com ele. Ele contratou minha produtora para fazer um vídeo institucional e foi tudo ótimo, não tive nenhum problema. Acho que o Rodrigo é mais jovem, tem uma cabeça diferente, não é daquela corja do PMDB. Também não boto minha mão no fogo por ninguém, mas meu contato com ele foi o melhor possível. Acho que o Rodrigo pode fazer o papel do presidente tampão muito bem, fazer essa transição. Vou lutar por eleições diretas por questões de princípios. Acho que o povo tem que escolher o presidente – analisou. – Acho que o PT quer é deixar o Temer, porque quanto mais o Brasil for para o buraco, mais o Lula vem como grande salvador – concluiu.
Paula manifestou sua opinião sobre uma possível uma nova terceira eleição de Lula à presidência:
– Não acredito em partidos, acredito em pessoas. Não gostaria que o Lula voltasse, acho que ele fez um bom governo, mas com todas essas questões de corrupção não creio que seria bom voltar.
A empresária contou que o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, participou de um encontro com o grupo de artistas. Na reunião, ele foi questionado se não poderia se candidatar à presidência.
– Joaquim disse que não é político, que não tem jogo de cintura nem o cinismo que os outros políticos têm, que o Brasil não está preparado para ter um presidente negro. Mas continuamos insistindo nisso, o chamamos para uma nova reunião, com mais artistas. Acho que ele seria uma solução maravilhosa – disse Paula.
Na entrevista, Paula anunciou que será lançado ainda nesta segunda o site 342, para pressionar os deputados federais a votarem pela investigação de Temer. 342 é o número de votos necessários para afastar o presidente peemedebista.
O atual foco da campanha é que seja aceita pela Câmara dos Deputados a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer por corrupção passiva. Para isso, o grupo tem visado o deputado federal Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que é o relator da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Ouça a entrevista: