O cantor sertanejo Victor Chaves, da dupla Victor e Leo, participou nesta quarta-feira do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, e falou sobre a carreira e sobre como está lidando com a suspeita de agressão à sua mulher – pela qual tornou-se réu em ação penal. Ele se apresenta com seu irmão esta noite no Teatro do Sesi, às 21h.
A dupla vem à Capital com show da turnê que repassa seus 25 anos de carreira. Na entrevista, Victor relembrou do tempo que os dois tocavam em bares, muitas vezes, para uma dezena de pessoas, antes de estourem na metade dos anos 2000.
– Para mim, foi uma das melhores fases da minha vida – aponta.
Segundo Victor, o estilo da dupla se encaixa no gênero folk.
– O folk é basicamente você sair de uma música folclórica, como o sertanejo, e se misturar à música urbana – explicou. – Não temos um estilo que nos limite – completou.
Quando questionado sobre o turbilhão que estaria vivendo por conta da suspeita de agressão à sua mulher, Poliana Bagatini Chaves, o cantor desabafou:
– Esse turbilhão não existe dentro de mim. É um turbilhão de mídia. Óbvio, passei por um momento bastante duro, delicado e difícil. Principalmente, com o julgamento das pessoas sobre aquilo que nem sabem. Não disse o que houve, e alguém diz assim: "Nossa, o que você fez é imperdoável". Outras pessoas dizem: "Estamos com você". Ou seja, tomam um lado. Respeito tudo, mas depois que passou aquilo que estava internamente sendo aflitivo, o turbilhão continuou na forma como as pessoas julgam e condenam sem buscar nenhuma informação.
No entanto, Victor garantiu estar tranquilo:
– Às vezes, estou no estúdio gravando, e chega uma mensagem que diz: "força, irmão". Respondo que não preciso fazer força para tocar. É porque sai uma notícia tal, e o cara se liga a isso e me manda a mensagem motivado por aquela emoção que deu nele, mas eu nem estava sabendo sobre o que era. Principalmente, nos últimos dias, quando saíram notícias como "Victor Chaves passa a ser reú". É óbvio, fui indiciado. "Ah, mas ele então foi indiciado". Para mim, foi uma vitória, pois fui indiciado por vias de fato. Era uma vitória já contada, pois se não fosse, estava errado. Afinal de contas, não machuquei ninguém. Não estou me defendendo, por isso não falei nada no primeiro mês, pois se você é acusado de ter agredido alguém e vai dizer para todo mundo que você não agrediu, fica parecendo óbvio que você está se defendendo. Então, prefiro que a Justiça esclareça isso para ficar claro.
Ele comentou sobre o vídeo que publicou em seu Instagram no começo do mês no qual se justificava sobre o indiciamento.
– Gravei esse vídeo antecipado porque quando soube que o indiciamento havia saído, já sabia que seria por vias de fato. Mas quando soube que naquele dia ia ser anunciado, me adiantei pela comoção ignorante de muitas pessoas – ressaltou.
Victor falou sobre a situação de Poliana.
– Quem está envolvido é a minha mulher, mãe dos meus filhos, independente de continuar minha esposa ou não. Tem gente que fala que já nos separamos. Não falo da minha vida particular. O problema é que ela cometeu um ato de me acusar de uma coisa da qual preciso me defender. Não posso deixar isso assim. Isso está sendo devidamente apurado. – afirmou – Não há com o que se preocupar. Se cometi um ato grave, vou responder por isso. Senão, o tempo vai esclarecer. Estou tranquilo com isso porque nunca prejudiquei uma pessoa fisicamente, nunca bati em ninguém – sublinhou.
Victor também comentou o apoio que recebe de seu irmão, Leo:
– Ele foi o meu esteio. Apesar de eu ser o irmão mais velho, ele foi o cara que me estendeu a mão em um momento bastante difícil. Mesmo nos momentos mais graves, eu e meu irmão tivemos uma história contundente. O show desta turnê é um reflexo de uma nova fase, minha e do meu irmão, na qual tivemos uma série de limitações resolvidas por puro amor, por termos conversado muito e chorado juntos.
Por fim, Victor fez um último desabafo sobre julgamentos nas redes sociais e adiantou que o próximo trabalho da dupla refletirá os últimos acontecimentos de sua vida:
– O que me espanta nos últimos acontecimento foi averiguar o estado caótico da nossa educação. Ela vai de mal a pior. O fim do túnel é quando alguém aponta o dedo para você, sempre na internet, e fala: "O que você fez foi horrível?". Aí eu pergunto: "O que eu fiz?", e a pessoa não tem resposta. Isso é a calamidade de uma situação que se reflete na cultura. O ponto positivo é que a nossa musicalidade ganha com isso, como Van Gogh ganhou na tristeza e no seu sofrimento, que teve reflexo em sua arte. O próximo trabalho que a gente está gravando tem esse reflexo.