O ator Wagner Moura, conhecido por papéis em produções como Tropa de Elite e Narcos, publicou um texto no jornal Folha de São Paulo sobre a postura do governo do presidente Michel Temer em relação aos artistas. Na semana passada, Moura participou de um vídeo do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto questionando pontos da reforma da previdência. Como resposta, o governo também divulgou um vídeo.
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No artigo, o ator defende que a natureza da arte é política pura. "Numa democracia saudável, artistas são parte fundamental de qualquer debate. No Brasil de Michel Temer, são considerados vagabundos, vendidos, hipócritas, desprezíveis ladrões da Lei Rouanet", escreveu.
Sobre a polêmica com o vídeo do MTST, Moura comentou: "O governo ficou incomodado e lançou outro vídeo, feito com dinheiro público, no qual me chama de mentiroso e diz que fui "contratado – ou seja, que recebi dinheiro dos sem-teto brasileiros para dar minha opinião. O vídeo é tão sem noção que acabou suspenso, assim como toda a campanha publicitária do governo em defesa da reforma da Previdência, pela Justiça do Rio Grande do Sul. Um governo atacar com mentiras um artista, em propaganda oficial, é, até onde sei, inédito na história, considerando inclusive o período da ditadura militar".
O artista também reivindicou mais espaço para debate. Na sua opinião, o governo não está aberto para um debate válido e se foca em ataques pessoais. "Mas eles não querem discutir nada, nem mesmo as mudanças demográficas, um debate válido. O governo quer é votar logo a reforma, acalmar os credores, passar a conta para o trabalhador e partir para a reforma trabalhista antes que o povo se dê conta", argumentou.
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