Depois de quase quarenta anos ensinando ao brasileiro as "mil e uma utilidades" da esponja de aço Bombril, Carlos Moreno, 63 anos, o garoto-propaganda que virou ícone da marca, foi dispensado pela empresa.
Desde 1994 figurando no Guiness Book como o garoto-propaganda com maior tempo de permanência no ar, Moreno estima ter feito cerca de 400 comercias de televisão para a Bombril, sem contar a publicidade em mídia impressa. Ele foi contratado em 1977 e seguiu até 2004, quando a relação com a marca "deu um tempo", retornando em 2007. No ano passado, o contrato foi encerrado.
Leia mais
Novidade no "The Voice Kids", séries e papo sobre música: os destaques da televisão neste fíndi
Ronaldinho Gaúcho se une a Wesley Safadão em clipe de Dennis; assista a "Professor da Malandragem"
Em entrevista ao portal Notícias da TV, Moreno contou que opção da Bombril em estrelar os comerciais com a cantora Ivete Sangalo e com as comediantes Dani Calabresa e Monica Iozzi – uma forma de tratar com bom humor da situação das mulheres na cozinha, inclusive com um viés feminista – terminou deixando-o de lado.
Ele admitiu ter ficado chateado com a situação, e após trabalhar ao lado do trio feminino, acabou aceitando a nova estratégia de comunicação da empresa. O desligamento, porém, acabou ocorrendo.
– O contrato estava para acabar e a Bombril passava por uma situação complicada. Fizeram cortes bem malucos em toda a empresa, inclusive na área de publicidade. Até me fizeram uma proposta de renovação, mas era meio absurda. Então chegamos num consenso: já que não estava sendo aproveitado, não tinha nenhuma perspectiva de trabalhar, não fazia sentido eu continuar contratado. No futuro, se tiver interesse, a gente volta a trabalhar junto com o maior prazer – contou.
Foi o publicitário Washington Olivetto que levou Moreno à televisão brasileira. Em 1977, Olivetto era responsável pelas campanhas da Bombril, e criou para Moreno, um jovem ator de teatro formado em arquitetura, o papel de um cientista que explicava às donas de casa sobre a versatilidade da esponja de aço.
– É um trabalho que tenho muito orgulho de ter feito, um marco. Tenho um patrimônio, que é esse personagem que eu fiz – diz o ator, sem descartar a possibilidade de seguir nos comerciais.
Leia outras notícias