Um dos principais intelectuais contemporâneos, o búlgaro Tzvetan Todorov, morreu em Paris nesta terça-feira, aos 77 anos. Ele foi vítima de complicações da AMS (atrofia de múltiplos sistemas), uma doença neurodegenerativa, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo. Considerado um intelectual múltiplo, Todorov era filósofo, historiador, linguista e crítico literário.
Nascido em Sofía, capital da Bulgária, em 1939, ele se naturalizou francês e morava na França desde 1963. Lá, teve o mestre Roland Barthes como orientador de doutorado e colega de trabalho, notabilizando-se como um dos principais intelectuais do país.
Reconhecido mundialmente por seu ensaísmo literário e histórico, Todorov ganhou em 2008 o Prêmio Príncipe de Astúrias de Ciências Sociais pelo ensaio A Experiência Totalitária em 2008. É autor dos livros A Beleza Salvará o Mundo, Introdução à Literatura Fantástica e Literatura em Perigo. Também cunhou a frase-decreto: "Literatura não é teoria, é paixão".
Em 3 de setembro de 2012, Todorov esteve em Porto Alegre para participar do ciclo de altos estudos do Fronteiras do Pensamento. Ele havia recém-lançado Os Inimigos Íntimos da Democracia e, em sua palestra, discorreu sobre sua teoria a respeito do messianismo político.
Autor de publicações influentes nas áreas de antropologia, a sociologia, a semiótica e a crítica literária, Todorov já escreveu sobre romance policial, história das Américas, pintura do Renascimento, guerra do Iraque e a busca romântica da beleza, entre muitos outros temas. Seu último livro, com lançamento previsto para março na França, será intitulado Le Triomphe de l'Artiste.
Até 2014, foi casado com a escritora canadense Nancy Huston, com quem teve dois filhos.