O poeta francês Yves Bonnefoy, uma das grandes figuras da poesia contemporânea, ensaísta e prestigiado tradutor de Shakespeare e Petrarca, morreu na última sexta-feira aos 93 anos.
Poeta de uma imensa cultura, crítico de arte, autor, entre outros ensaios, de Goya, les peintures noires, Bonnefoy publicou mais de 100 livros de poesia e crítica literária e artística, traduzidos a mais de 30 idiomas.
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Entre seus livros mais conhecidos figura sua primeira obra poética, Du mouvement et de l'immobilité de Douve, publicada em 1953, quando tinha 30 anos, sucesso imediato entre o público e a crítica na França.
Também se destacam as obras Les planches courbes (2001), Pierre écrite (1965), Dans le leurre du ciel (1975) e L'Encore aveugle (1997).
Poeta de renome internacional, muito apreciado em Itália, Alemanha e Suíça e nos países de língua inglesa, Bonnefoy obteve o Grande Prêmio de Poesia da Academia Francesa em 1981, o Prêmio Goncourt de poesia (1987) e o prêmio mundial Cino del Duca (1995).
Ao longo de sua carreira, Bonnefoy foi declarado Doutor Honoris Causa de várias universidades estrangeiras e lecionou em Genebra e Estados Unidos.
De 1981 a 1993 teve ao seu cargo a cátedra de estudos comparados da função poética do prestigiado Collège de France, instituição que informou sobre seu falecimento.
Yves Bonnefoy nasceu em 24 de junho de 1923 em Tours, centro da França, e era filho de um trabalhador ferroviário e de uma professora.
Em 1943 abandonou os estudos de matemática e se dedicou, em Paris, à história da filosofia e da ciência, sob a influência de Gaston Bachelard e Jean Hippolite.
No início de sua vida literária, Bonnefoy aderiu ao surrealismo, do qual se separou em 1947, quando começou a frequentar o movimento CoBrA (acrônimo de Copenhague, Bruxelas, Amsterdã, onde residiam a maioria dos fundadores). Nessa época também conheceu o poeta Paul Celan e o pintor Victor Brauner.
Desde a publicação de Du mouvement et de l'immobilité de Douve, livro à frente de sua época, marcado pela sobriedade e por uma busca interior, sua poesia foi saudada pela crítica.
* AFP