As incertezas da economia brasileira, a desidratação da Reforma da Previdência com a desconfiança do mercado e a crise argentina comprometeram o setor automotivo em setembro. A produção, venda e exportação caíram e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou sua previsão para 2019.
A produção de 247,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em setembro caiu 8,3% em relação às 269,8 mil unidades de agosto. Contudo, avançou 10,9% sobre o mesmo mês de 2018. O resultado acumulado de janeiro a setembro, de 2,26 milhões de veículos, cresceu 2,9% sobre os 2,19 milhões de igual período do ano passado.
A venda de 234,8 mil veículos em setembro recuou 3,3% ante os 243 mil de agosto. No ano, ocorreram 2,03 milhões de registros, 9,9% mais em relação aos 1,85 milhão de 2018. Foi o melhor resultado do período desde 2014. Setembro foi o segundo melhor mês do ano em média diária de venda.
Caminhões e exportações
O setor de caminhões tem o melhor desempenho do ano. De janeiro a setembro foram produzidas 87,5 mil unidades, 13,2% mais sobre as 77,3% de 2018. As vendas saltaram 40,7%, com 74,3 mil emplacamentos contra 52,8 mil no mesmo período do ano passado.
As exportações continuam em queda livre. A crise argentina, o principal parceiro econômico do país, derrubou as vendas externas. Com 36.640 veículos embarcados em setembro, a redução foi de 0,2% sobre agosto e de 7,1% sobre o mesmo mês de 2018. No acumulado do ano, a diminuição foi de 35,6%, com 337,5 mil veículos contra 524,3 mil.
No segmento de caminhões, o resultado de setembro foi ainda pior, com 1 mil unidades contra 1,4 mil, redução de 27,3%. No ano, a queda foi de 51,9%, com 9,8 mil veículos embarcados para 20,5 mil em 2018.
Previsão do ano
A Anfavea revisou suas previsões para o fechamento do ano. O aumento da produção, previsto inicialmente em 9%, foi reduzido para 2,1%, com 2,94 milhões de unidades. As vendas também serão menores. A expectativa de crescimento de 11,45% caiu para 9,1% e 2,8 milhões de registros.
O agravamento da crise argentina bateu forte nas vendas externas e a queda será superior ao previsto. O percentual esperado de redução de 6,2% saltou para 33,2% e 420 mil unidades.