Em termos de visual e motor, o Honda Fit está longe de ser um carro emocionante. Mas quem quer um automóvel para uso diário, capaz de enfrentar cidade, estrada, tráfego intenso e até cinco pessoas a bordo, poucos automóveis no Brasil podem ser mais eficientes. Quando comparado a concorrentes como Idea e Picanto, da categoria monocab, ou a hatchs médios, como Punto e Focus, o Fit domina o mercado com ampla folga. Mas é bom o consumidor saber de pontos positivos e negativos.
Uma das grandes virtudes do veículo é sua dirigibilidade. O câmbio CVT automático funciona muito bem em arrancadas de baixa velocidade, embora perca fôlego acima de 110km/h. O forte do equipamento é a ausência de trancos. A suspensão é dura, o que torna fácil fazer curvas, embora nos solavancos não seja tão macia. Outro ponto alto é o espaço. O veículo parece ter mais do que os 3,99m originais. Com material estreito na proteção das portas e nos bancos, o Fit consegue ser surpreendentemente espaçoso para cinco pessoas.
Na versão 2016, o entre-eixos ficou 9cm maior. E, para quem quer espaço para carga e não para passageiros, o veículo mostra seu lado monocab. É fácil rebater os bancos traseiros e fazer a capacidade de carga pular de 363 para 906 litros.
Versão EX ganhou luxo
Porém, espaço não é exatamente conforto e, muito menos, requinte. Antes de analisar isso, é bom lembrar que, por milênios, os bravos japoneses dormiram em tatames e andaram de alpargatas no mato. O revestimento do painel é de plástico duro e nada emborrachado, incompatível para um veículo de mais de R$ 60 mil. A partir do modelo LX, o plástico das portas é na cor prata, mas de mesma qualidade.
O painel azul, computador de bordo multifunções, setas nos retrovisores, volante inteligente revestido em couro e piloto automático, que antes equipavam apenas a versão top, desceram para a versão EX. Na top, não houve evoluções nessa área.
Com a reconhecida durabilidade da fábrica japonesa, o Fit deve satisfazer quem procura um veículo para encarar trechos urbanos ou viagens curtas e médias.
Ficha Técnica
Motor: 1.5, flex, com 116cv (115 com gasolina) e torque de 15,3 (15,2) Kgf.m
Consumo: cidade cerca de 9,5km/l e estrada 14,1km/l (com etanol, cai para 8km/l e 11,1km/l, respectivamente
Dimensões: 1535mm (altura) x 1694mm (largura) x 3998mm (comprimento) x 2530mm (entre-eixos).
Direção: elétrica
Peso: 1101kg
Porta-malas: 363l (906l com os bancos traseiros rebatidos)
Câmbio: CVT automático ou manual de cinco marchas, com tração dianteira
Tanque: 46l
Suspensão dianteira: tipo McPherson, com barra estabilizadora e molas helicoidais
Suspensão traseira: eixo de torção, independente e com molas helicoidais
Freios: dianteiros a disco e traseiros a tambor
Rodas: aço e aro 15” na DX, liga leve e aro 15” na LX e liga leve e aro 16” na EX e EXL
Preço: DX, de R$ 56,2 mil (câmbio manual) a R$ 62 mil (CVT); LX, de R$ 62,1 mil (manual) a R$ 67,6 mil (CVT); EX, R$ 72,6 mil, e EXL, 75,7 mil, ambos CVT
Principais itens de série: para-brisa degradê e vidros verdes com filtro UV; ar-condicionado; sistema de áudio AM/FM com bluetooth, entrada USB e função HFT (Hands Free Telephone); retrovisores na cor da carroceria; acionamento elétrico para travas das portas, vidros e retrovisores; volante com ajuste de altura e profundidade e chave canivete com sistema de abertura e fechamento das portas com imobilizador. As versões EX e EXL têm ainda CD, visor LCD de 5” e câmera de ré com três ângulos (panorâmica, normal e superior.
Toda a linha conta com freios ABS, EPS (Electric Power Steering), airbags frontais, cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes e pontos de ancoragem para assentos infantis compatíveis com os tipos ISOFIX e LATCH. A versão EXL tem ainda air-bags laterais.
Painel
O desenho ficou para lá de simples. As versões EX e EXL agora têm o mesmo tom azul brilhante, e nas demais, a luz é mais fraca. A montadora ainda insiste no excesso de itens de plástico em toda a parte interna. O tecido dos bancos melhorou em relação a 2015, e a combinação de couro com material sintético na EXL ficou interessante.
Detalhes
Setas nos retrovisores externos (EX e EXL) melhoram bastante o visual. Na parte interna, destaque ainda para espaços versáteis de armazenamento, com porta-copos, porta-objetos e porta-bebidas, que comportam copo grande – ou um celular. A linha está disponível nas cores metálicas azul, cinza (dois tons) e prata e, nas cores sólidas, vermelho, preto e branco.
Mudanças
Na parte de trás, o formato alongado das lanternas possibilita um visual esportivo ao Fit – o veículo perde um pouco o jeitão antiquado. Para os gaúchos, sobretudo de regiões mais frias, uma boa notícia é que a Honda aposentou o tanquinho de gasolina para partida a frio. A nova tecnologia entra em ação com o acionamento do controle que destrava as portas. A partir daí, um conjunto de injetores com aquecedores integrados age no combustível quando há alta concentração de etanol, levando-o à temperatura ideal para o uso imediato do motor.