Pela segunda vez seguida, o Grêmio viu uma vantagem inicial se transformar em insucesso. Em dois jogos consecutivos, houve erros tricolores que deixam difícil até de reclamar do gol mal anulado em Assunção. A Libertadores já é passado, e a Sul-Americana a nova e, por enquanto, amarga realidade de um time que não consegue ser competente em dois tempos. Assim foi em Assunção e na Arena.
Aquilo que muito se falou na temporada passada segue valendo. Há uma defasagem física gritante no elenco do Grêmio. Ela mais uma vez foi comprometedora. A eliminação para o Independiente del Valle, por exemplo custou uma premiação de 17 milhões . O Grêmio não tem pernas para aguentar dois tempos, algo que a troca de preparador físico não teve tempo de corrigir. Mas não foi só por aí que houve o fracasso diante dos equatorianos.
Nos dois jogos, com superioridade nas etapas iniciais, o time de Alexandre Mendes e Renato Portaluppi foi incapaz de decidir. O segundo tempo, em ambos os jogos foi filme de terror, beirando o constrangimento. Na Arena, foram colecionados gols perdidos que valeriam uma realidade diferente para os gremistas. Nem o ressurgimento de Jean Pyerre se mostrou suficiente para garantir. Foram muitas as decepções que passaram também pelo destempero de Maicon.
Problemas do Grêmio à parte, valorize-se também a qualidade e a tranquilidade do Independiente del Valle. Na estratégia, na tática e na técnica, os equatorianos sobraram nos dois jogos.
Há correções urgentes a serem tomadas num Grêmio que já estará estreando na Copa Sul-Americana na próxima semana. Não há justificativa que não passe por admitir em primeiro lugar a inferioridade tricolor no confronto. Só com humildade e tomadas de posição que gerem confiança no torcedor é que pode haver uma retomada, para que a temporada 2021 não tenha terminado ainda em abril.