Durante longo período este colunista não economizou críticas aos treinadores do Inter, principalmente. Porém, nos últimos tempos, as críticas foram substituídas por defesas quase todas incompreendidas pelo público. O que teria feito o analista mudar de atitude?
A resposta é muito simples. Durante o período das críticas, os elencos colorados eram qualificados e numerosos. Esta é uma situação que, no Brasil, produz atrapalhações da maioria dos técnicos. A abundância de boa matéria prima acaba por confundi-los gerando escolhas equivocadas.
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Nos últimos meses, o quadro se alterou profundamente. Os bons e numerosos elencos foram substituídos por agrupamentos de jogadores pouco qualificados e em número insuficiente. Esta nova fase começa após a saída de Diego Aguirre e toma conta do cenário com a chegada de Argel. Neste momento, percebi que o Inter não estava oferecendo ao seu treinador condições mínimas para enfrentar disputa por título.
Como seria justo fazer, passei e defender Argel. Entretanto, mesmo diante de um inquestionável quadro de penúria técnica, Argel acabou sendo demitido. Escarrada injustiça. Então, foram buscar Falcão, um dos maiores ídolos da história colorada e, talvez, o seu melhor jogador desde sempre.
Falcão chegou, avaliou o elenco e apresentou uma relação contendo alguns nomes para reforçar o time. Nenhum foi contratado. Contando com um grupo ainda mais desqualificado e carente em quantidade do que tinha Argel, Falcão durou apenas cinco jogos e foi mandado embora. Uma demonstração de desrespeito e oportunismo como poucas vezes se vê no futebol, mesmo o brasileiro.
Prosseguindo na sua senda de equívocos, a direção do Inter socorreu-se então do experiente Celso Roth. Junto com o treinador veio o maior presidente da história colorada: Fernando Carvalho. E para completar o elenco de apoio, chegaram alguns reforços entre contratados, convocados pela CBF e jogadores em plena recuperação física. O resultado deste esforço extra do clube está sendo degustado pela amargurada torcida colorada.
A cada rodada, o Inter afunda mais no charco dos candidatos ao rebaixamento. Carvalho, Roth e companhia não estão conseguindo reerguer o time no Brasileirão. Talvez nem consigam e os colorados tenham que provar, pela primeira vez, o gosto azedo de disputar a Série B. Nada garante que Celso Roth se mantenha até dezembro. Não deve ser esquecido que Cláudio Duarte ainda não foi chamado para, ele também, tentar salvar o Inter. Celso Roth está inscrito para ser mais um injustiçado.
Incompetência
Mudam treinadores e dirigentes de futebol, mas os verdadeiros responsáveis pela desgraça seguem intocáveis nos seus gabinetes. Não entenderam que o time estava envelhecendo e minguando tecnicamente. Quando as carências se tornaram insuportáveis, foram às compras. E compraram errado.
Na verdade, nada surpreendente, pois já demonstraram que pouco ou nada entendem de futebol. Tampouco de gestão do clube, pois não é aceitável que, mesmo usufruindo de boas receitas de bilheteria, polpuda arrecadação proveniente da televisão e a contribuição de mais de 100 mil associados, não conseguem formar um elenco de jogadores que corresponda à grandeza do Inter.
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